Banca de DEFESA: NINA COUTO BAHIA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : NINA COUTO BAHIA
DATA : 12/09/2023
HORA: 14:00
LOCAL: Salão Nobre - Instituto de Biologia da UFBA
TÍTULO:

Recomendações para Manejo Integrado do Fogo em Unidades de Conservação com Mata Atlântica na Bahia


PALAVRAS-CHAVES:

cienciometria, fogo, incêndio florestal, manejo integrado do fogo, florestas tropicais.


PÁGINAS: 85
RESUMO:

Muitos ecossistemas ao redor do mundo são afetados por incêndios florestais, que representam uma grande ameaça para a saúde humana e afetam o clima global. A importância e os impactos dos incêndios florestais variam entre os ecossistemas, que podem ser dependentes do fogo, se beneficiando dos incêndios para a manutenção de sua biodiversidade e processos ecológicos, ou sensíveis ao fogo. No Brasil, diferentes biomas respondem de formas diferentes à presença do fogo e alguns, como a Floresta Amazônica e a Mata Atlântica, podem ser mais vulneráveis que outros. Por isso, estratégias que podem fazer sentido em biomas dependentes do fogo não são adequadas para biomas sensíveis ao fogo.  A Mata atlântica é um ecossistema sensível ao fogo e assim como  a maioria das espécies de florestas tropicais, ela não tolera a queima, a qual pode resultar em perda de biodiversidade e em impactos sobre processos e serviços ecossistêmicos.

Por outro lado, o fogo é amplamente reconhecido como uma ferramenta econômica para o manejo da terra, se for bem utilizado. Mesmo assim, durante muito tempo, as políticas de combate e supressão de incêndios florestais impostas pelos governos em muitos países ignoravam as perspectivas e interesses de grupos sociais como povos indígenas e agricultores locais, resultando em conflitos. No entanto, o cenário do manejo do fogo começou a se transformar e esse elemento passou a ser uma estratégia de prevenção ou combate de incêndios catastróficos. Assim, o manejo integrado do fogo ganha destaque por ser uma estratégia de manejo florestal adaptativa, transdisciplinar e que se baseia  em reduzir os prejuízos causados pelo fogo e aumentar seus benefícios.

Como a quantidade de pesquisas realizadas sobre esse assunto difere entre países, o primeiro capítulo deste trabalho teve como objetivo identificar como a pesquisa sobre o manejo do fogo se compara entre o Brasil e o Canadá, comparando o número de publicações sobre o manejo do fogo ao longo do tempo, analisando os tipos de estudos e dos principais temas dos estudos e comparando a pesquisa sobre o manejo do fogo entre os diferentes biomas encontrados em nossos países de estudo, através de uma análise bibliométrica. O número de publicações aumentou ao longo do tempo em ambos os países. No Brasil, os temas mais proeminentes foram "política e manejo", enquanto no Canadá, estudos relacionados às mudanças climáticas apareceram com mais frequência. Estudos de diferentes tipos foram bem distribuídos nos biomas do Cerrado e Amazônia. Assim, propomos algumas recomendações para pesquisas futuras sobre o manejo do fogo no Brasil, como dar mais atenção aos biomas que foram sub-representados em nossa revisão, especialmente a Mata Atlântica; estimular tais pesquisas por meio de agências de financiamento, além de iniciativas individuais de pesquisadores; e a pesquisa sobre manejo tradicional do fogo e coprodução com os diferentes interessados envolvidos com esse tema pode fornecer insights importantes sobre as melhores abordagens para o manejo integrado do fogo nos diferentes ecossistemas.

No segundo capítulo, nós buscamos fornecer um embasamento teórico e recomendações para manejo do fogo em áreas protegidas com Mata Atlântica, com foco no estado da Bahia. Áreas protegidas são importantes para estratégia de conservação da vegetação e proteção da área, mas apesar de existem instrumentos legais para embasar sua criação, é preciso de planos e estratégias que envolvam os diferentes stakeholders e a comunidade do entorno. No entanto, no que diz respeito a propriedades privadas, não existe uma estratégia geral de gestão de incêndios.  Assim, sugerimos ações embasadas pela literatura científica envolvendo estratégias de prevenção e restauração para serem aplicadas em Unidades de Conservação com Mata Atlântica.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 3054284 - PAVEL DODONOV
Interna - 3246008 - JULIANA HIPOLITO DE SOUSA
Externo à Instituição - GABRIEL BARROS GONCALVES DE SOUZA
Notícia cadastrada em: 05/09/2023 14:28
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