A INTERPROFISSIONALIDADE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA NO CONTEXTO DA COVID-19 EM UM MUNICÍPIO NO INTERIOR DA BAHIA.
Educação Interprofissional; Práticas Colaborativa; Cuidados em Saúde; Atenção Primária em Saúde.
A Atenção Primária à Saúde (APS), espaço de ordenação do cuidado e coordenação da rede de atenção à saúde, configura-se como responsável pela articulação entre os pontos de atenção e a interação entre os profissionais. Sobretudo, frente à complexidade imposta pela pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2), causador da Covid-19, a qualidade em tal articulação e interação tornaram-se imprescindíveis. Na busca pela eficiência nos serviços de saúde, o desenvolvimento e aplicação de competências colaborativas para a atuação em equipe ganha destaque, onde aspectos que buscam assegurar a qualidade da atenção, a otimização de recursos, o evitar da duplicidade de ações e viabilizar a segurança do usuário, são apontados como forma de efetivar a produção do cuidado de maneira harmônica, ordenada e resolutiva, favorecendo as respostas que a situação requer. Para tanto, faz-se necessário que os instrumentos normativos desenvolvidos para atuação dos profissionais no contexto da pandemia contemplem tais aspectos, de modo que as práticas do cuidado reflitam este direcionamento. Nesse sentido, o presente estudo almejou promover uma análise à luz do referencial teórico metodológico da Educação e Prática Interprofissional na perspectiva das competências colaborativas, das estratégias para a produção do cuidado à saúde, propostas no Plano de Contingência Municipal de Enfrentamento à Infecção Humana pelo Novo Coronavírus - (COVID-19), do município de Jequié/Ba e demais instrumentos utilizados, bem como a aplicação dos mesmos no trabalho de quatro Equipes de Saúde da Família. Os resultados apontam que frente a situação de Emergência em Saúde Pública, imposta pela Covid-19, as competências colaborativas como comunicação interprofissional; atenção centrada no paciente, família e comunidade; funcionamento da equipe; clareza de papéis; foram consideradas na formulação das ações voltadas ao enfrentamento e produção do cuidado. A incorporação de tais competências, previstas nos documentos, na produção do cuidado no trabalho das Equipes de Saúde da Família ocorreu através de educação permanente, apoio matricial e uniformização das práticas, via estabelecimento de protocolos. Conclui-se que a integração ensino-serviço, a qualidade da comunicação e as práticas colaborativas entre os diferentes profissionais envolvidos no cuidado, foram fundamentais para a resolubilidade dos serviços e a efetividade da atenção à saúde e configuram fatores importantes para o enfrentamento do agravo de saúde, como o vivenciado na atualidade.