PROJETO DE SISTEMAS DE PROTEÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO EM PARQUES DE ARMAZENAMENTO DE GLP: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE NORMAS BRASILEIRAS E INTERNACIONAIS
Parque de armazenamento de GLP; Sistema de combate a incêndio, Metodologia, Normas
O gás liquefeito de petróleo (GLP) é um dos produtos do refino do petróleo e de unidades de processamento de gás natural (UPGN); em refinarias e terminais de distribuição é comumente armazenado em vasos esféricos ou cilíndricos, uma vez que nestas instalações um grande volume deste produto é produzido e/ou movimentado. Diante do alto risco de destrutibilidade associado ao GLP, como o ocorrido em uma planta de processamento no Golfo do México e na Refinaria de Duque de Caxias, foram criadas normas e códigos nacionais e internacionais para o dimensionamento dos sistemas de combate a incêndio em instalações industriais de GLP. Este trabalho apresenta um estudo comparativo entre normas para projeto de sistemas de proteção e combate a incêndio em parques de armazenamento de GLP, com vistas a se obter um projeto mais seguro e econômico. Em especial, comparam-se os métodos de proteção e combate a incêndio e as taxas e vazões de água para resfriamento propostas para três casos distintos: (1) a Instrução Técnica N° 28 (2017) do Corpo de Bombeiros Militar da Bahia, que é similar a Instrução de outros Corpos de Bombeiros Militares brasileiros; (2) a norma N-1203 (2013) da PETROBRAS e (3) as normas internacionais API-25010 (2011) e API-2510A (2015) do American Petroleum Institute. Como estudo de caso, foi analisado um parque de esferas de armazenamento de GLP, onde foram determinadas as esferas a serem resfriadas e as vazões de água necessárias nos Casos 1 e 2, utilizando-se os dados prescritos pelas normas. Para o Caso 3, foi utilizado o simulador ALOHA, com a finalidade de calcular o raio de ação da taxa de radiação térmica, e posteriormente selecionar as esferas a serem resfriadas. Em particular, verificou-se que o Caso 3 foi o que apresentou um custo, aproximadamente, 36% inferior aos demais, em relação às tubulações e equipamentos. Verificou-se, também, que as normas brasileiras são mais prescritivas e estão obsoletas perante os avanços da Engenharia de Incêndio, podendo tornar o projeto inadequado, pois não levam em consideração os riscos e condições ambientais da instalação analisada. As normas internacionais, entretanto, mostraramse adequadas propondo análise das instalações utilizando cenários realista de exposição a fogo para determinação dos equipamentos a serem protegidos e das vazões e taxas de água. Como resultado adicional, foi proposta uma metodologia sistemática para projeto de sistemas de proteção e combate a incêndio, reunindo diversos procedimentos descritos na literatura. Em geral, esse trabalho apresenta uso potencial para aplicação em outros tipos de instalações industriais que lidam com o armazenamento de substâncias inflamáveis