COMPOSTAGEM COMO PRÉ-TRATAMENTO PARA O MELHORAMENTO DO BIO-ÓLEO DO RESÍDUO DE SISAL
Pirólise; bio-óleo; pré-tratamento; compostagem; hidrocarbonetos
O presente trabalho estuda o melhoramento do bio-óleo produzido pela pirólise rápida do resíduo de sisal compostado. Os experimentos de compostagem foram realizados com três sistemas de resíduo e pó de fibra de sisal, formando misturas na proporção de 100:0 (COM01), 90:10 (COM02) e 75:25 (COM03), respectivamente. As compostagens ocorreram em 45 dias, com coletas semanais de amostras e posterior análises de composição da biomassa, temperatura dos leitos, análises elementares das biomassas, determinação de espécies metálicas, FTIR, DTA, TG/DTG. A transformação térmica da biomassa foi feita em um micropirolisador, com identificação imediata das espécies químicas por CG-MS, em temperaturas de 450°C e 550°C. Como resultados mais relevantes sobre as biomassas após a compostagem, percebeu-se reduções nos teores de extrativos (33-48%), da hemicelulose (70-80%) e da celulose (80-90%). Por outro lado, foi observado aumentos nos teores de lignina em todos os sistemas estudados. Além desses resultados, os processos de compostagem causaram reduções nos teores de oxigênio de 3% (COM01), 15% (COM02) e 13% (COM03). As micropirólises das biomassas compostadas foi seletiva para hidrocarbonetos, principalmente alcanos e alcenos, com aumentos de até 300%. Além disso, a compostagem proporcionou reduções nas concentrações de ácidos acéticos, ésteres, cetonas, aldeídos e fenólicos (> 50%) e eliminações de furanos nos bio-óleos. Os principais efeitos do aumento de temperatura de reação foram o aumento da produção de fenólicos, aromáticos e hidrocarbonetos cíclicos. Além desses resultados, a compostagem ajudou a reduzir as espécies oxigenadas do bio-óleo chegando a, aproximadamente, 70%. Esses resultados indicam que a compostagem pode produzir bio-óleo mais adequados para biorrefinarias, pois são ricos em hidrocarbonetos alifáticos e espécies não oxigenadas.