Racismo religioso: As operações policiais militares nos espaços sagrados do Candomblé, na cidade de Salvador, entre 2005 e 2023
Candomblé; Polícia Militar; Racismo religioso.
O racismo tem sido um problema estrutural e institucional em nossa sociedade. As diversas instituições, dentre elas as corporações militares também têm reproduzido esta prática entre os seus membros, dentro e fora de alguns espaços religiosos. Neste sentido, este trabalho disserta sobre o racismo religioso e as práticas educacionais de enfrentamento desta problemática. A pesquisa tem como objetivo geral compreender o racismo religioso e sua interface com a Polícia Militar, seja na prática de racismo, seja na resposta institucional a este. A questão que norteia a pesquisa problematiza a prática do racismo religioso cometido pelos membros da Polícia Militar da Bahia contra os espaços sagrados do Candomblé e contra seus adeptos. E tem-se como consequente questionamento da investigação: como a Polícia Militar da Bahia tem respondido institucionalmente à prática de racismo religioso cometida por seus membros contra os espaços sagrados do Candomblé e contra seus adeptos na cidade de Salvador no período compreendido entre 2005 e 2023? O referencial teórico foi construído, entre outros, a partir dos conceitos de racismo (FREITAS, 2015; ALMEIDA, 2018; SODRÉ, 2023), polícia (OLIVEIRA, 2014, 2003), racismo religioso (NASCIMENTO, 2016; OLIVEIRA, 2017; RAMOS e BARBOSA, 2019) e Candomblé (SANTOS, 2010; NASCIMENTO, 2013). A investigação tomou por base a pesquisa bibliográfica (análise de obras e artigos selecionados que contribuíram para a construção do referencial analítico do trabalho), a pesquisa documental (coleta e interpretação de documentos institucionais), e assume também como instrumento de coleta de dados amparada em entrevistas semiestruturadas. Como resultado da investigação o pesquisador apresenta um sumário de um manual para a atuação policial nos espaços sagrados de religiões afro-brasileiras.