COMPORTAMENTO SUICIDA ENTRE ADOLESCENTES EM MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE PRIVAÇÃO DE LIBERDADE, NA BAHIA
Comportamento suicida; adolescentes; Privação de liberdade; Prevenção e posvenção do suicídio;
O estudo caracterizou adolescentes com comportamento suicida nas unidades socioeducativas de privação de liberdade, na Bahia. Objetivo: caracterizar os adolescentes com comportamento suicida, no período de 2016 a 2019. Método: estudo transversal, quantitativo e descritivo, por meio de análise documental dos prontuários de 70 adolescentes, que apresentaram comportamento suicida, no sistema socioeducativo baiano, em regime fechado, numa população estimada de 2.566 adolescentes, ao longo dos 4 anos sinalizados. Os casos foram identificados pelo Núcleo de Saúde Mental e pelas Coordenações de Segurança e de Assistência Jurídica, que integravam a gestão estadual socioeducativa. Os dados foram coletados seguindo um questionário estruturado, planilhado e sistematizado, formando quatro blocos: sociodemográfico, socioeducativo, epidemiológico e de estratégias de enfrentamento ao comportamento suicida. Foram aplicadas as medidas de frequência, valores absolutos e relativos (percentuais), em todo processo de coleta e cálculo dos resultados, utilizando o Software Microsoft Excel (versão 2016). Resultados: dentre os 70 casos estudados, 43(61%) foram conduzidos para a emergência psiquiátrica, 59(84%) relataram ideação suicida, 27(39%) tentaram suicídio, 31(44%) tiveram acompanhamento em CAPS, sendo que, 28(40%) desses adolescentes, tiveram 10 tipos de diagnósticos de transtorno mental, preponderando a depressão 5(18%) e o transtorno de conduta 5(18%). Os blocos sociodemográfico e socioeducativo foram separados por gênero. Houve predominância na autodeclaração negra, sendo 100% para o gênero feminino e 83% para o masculino. No período pesquisado, durante o cumprimento da medida socioeducativa, ocorreu 1 suicídio por parte de uma adolescente. Quando egressos, 15(21%) da amostra, foram vítimas de Crimes Violentos Intencionais e Letais (CVLI), nos seus territórios de origem. Conclusão: As informações trazidas evidenciaram o alto grau de vulnerabilidade aos fatores de risco do suicídio nas US`s. Em especial, pela condição de superlotação verificada nas Unidades de 2016 a 2019, ficando evidente a necessidade de investimentos que priorizassem estratégias de prevenção e posvenção do suicídio. Foram apresentadas sugestões de intensificação em formação continuada para às equipes técnicas multidisciplinares e toda comunidade socioeducativa baiana, intervenções individuais e grupais com o(a)s adolescentes, além da criação de protocolos de prevenção e posvenção em consonância com as orientações da OMS e do Ministério da Saúde.