DETECÇÃO DO CÂNCER DE PRÓSTATA POR ESPECTROSCOPIA RAMAN: UM ESTUDO MULTIVARIADO EM PACIENTES COM VALORES NORMAIS E ALTERADOS DE PSA.
PCA; PLS; PSA; Malignidade da Próstata; Espectroscopia Vibracional
O exame digital retal (DRE) foi o principal meio para detectar doenças da próstata. O DRE tem uma alta variabilidade, pois se baseia principalmente na sensibilidade tátil e na perícia do examinador. O teste de PSA foi inicialmente desenvolvido para a vigilância do câncer de próstata e, posteriormente, também foi usado como teste de diagnóstico. A espectroscopia Raman é uma poderosa técnica analítica que pode medir a composição química de amostras biológicas complexas, como fluidos corporais. Alterações bioquímicas causadas por doenças podem levar a mudanças significativas nos espectros Raman. Nosso objetivo foi identificar as diferenças nos espectros Raman de amostras de soro com valores normais e alterados de PSA e correlacionar essas diferenças usando técnicas multivariadas (PCA e PLS). Um total de 321 espectros foram coletados. Duzentos e setenta foram obtidos de 90 amostras de PSA não alteradas e 51 espectros de 17 amostras com PSA alterado. Cada espectro adquirido foi padronizado para o pico mais alto. Modelos discriminativos que empregam PCA(principal component analysis)e PLS (discriminant analysis with multivariate calibration bypartial least squares) foram desenvolvidos. As análises do PCA mostraram 85,7% de poder preditivo (87,41% de sensibilidade e 76,47% de especificidade). O teste PLS mostrou uma sensibilidade quase perfeita (98,51%) e uma especificidade intermediária (62,75%). Este estudo preliminar é indicativo de que a espectroscopia Raman pode ser eficientemente utilizada para triagem de pacientes com PSA alterado, bem como para o acompanhamento do tratamento do câncer de próstata usando inicialmente o PLS para identificar a possível presença do câncer de próstata e, posteriormente, o uso de PCA para confirmar o diagnóstico.