PERCURSOS ACADÊMICOS E PROFISSIONAIS DE INDÍGENAS EGRESSOS DA UFBA
estudantes indígenas; universidade; ações afirmativas; egressos; profissionais indígenas
Esta dissertação discute a construção dos percursos acadêmicos e profissionais de indígenas egressos da Universidade Federal da Bahia - UFBA. As políticas de ação afirmativas têm modificado o corpo discente das universidades e possibilitou o ingresso de um número cada vez maior de indígenas nos seus cursos. A UFBA, passou a desenvolver sua política de acesso diferenciado em 2004, e hoje já tem indígenas egressos de seus cursos, que depois de passar pela universidade continuam a desenvolver seus percursos como profissionais. Para conhecer essa realidade foi realizada uma pesquisa qualitativa, através de entrevista semiestruturada, utilizando os princípios da entrevista compressiva, dividida nos tópicos: acesso e ingresso na Universidade Federal da Bahia; percursos acadêmicos durante o curso de graduação; percursos pós-formação e atuação profissional. Foram entrevistados cinco egressos, todos da etnia Pataxó, da aldeia Coroa Vermelha. Nos relatos aqui apresentados, destaca-se a construção dos percursos acadêmicos e profissionais, tendo como motivador os objetivos e necessidades de suas comunidades. Os egressos falam de sua expectativa de retorno a comunidade e seus esforços para efetivá-lo. Os estudantes repensam o significado do retorno, sendo não somente voltar fisicamente para a aldeia, mas contribuir com sua atuação acadêmica, profissional e política em prol das causas indígenas. Como resultado da análise das trajetórias acadêmicas e profissionais dos egressos entrevistados nessa pesquisa, podemos dizer que a formação universitária não é uma forma de afastar os indígenas de seu vínculo étnico-comunitário, os estudantes indígenas alcançam o status de profissional de sua área sem, no entanto, deixar de assumir sua identidade indígena.