IMPERIALISMO, GEOPOLÍTICA DO PETRÓLEO E DESENVOLVIMENTO: relações globais de acumulação e o caso da Venezuela
Venezuela; imperialismo; geopolítica do petróleo; bloco no poder; desenvolvimento.
A pesquisa aqui apresentada tem como objetivo a compreensão, sob a perspectiva histórico-material, de quais os processos no âmbito das Relações Internacionais que levaram a Venezuela à perpetuação da situação de país subdesenvolvido e à crise político-econômica a partir de fatores internos e externos que, combinados, culminaram na impossibilidade de desenvolvimento venezuelano, entre os anos de 1976 e 2013. As revisão bibliográfica realizada a partir da leitura dos teóricos do imperialismo (vinculados à tradição marxista) constitui importante ferramenta para a compreensão da dinâmica de acumulação do modo de produção capitalista em escala global, assim como as correlações com a indústria petrolífera no âmbito da geopolítica; a formação dos blocos no poder na objetivação, planejamento e construção de um projeto nacional de desenvolvimento (mantendo, ainda assim, as contradições do modo de produção capitalista internamente) também deve ser levada em consideração, especialmente no caso da Venezuela. O país, que tem o petróleo como força motriz da sua pauta exportadora, enfrentou a agudização da crise supracitada com a queda no preço do barril do petróleo a partir de 2015 (que chegou a atingir a marca de US$ 30,00 em 2016). A história venezuelana recente foi marcada pelas diferenças entre os processos de desenvolvimento no que tange à utilização das divisas provenientes do setor petrolífero; a problematização da dependência do país em relação ao petróleo já vinha sendo apontada por autores como o economista Celso Furtado, que reconheciam os benefícios do “ouro negro” como potencial fonte de divisas, mas preconizavam sobre a necessidade de cautela referente à falta de diversificação industrial. Sem prejuízo da observação contextual do país, faz-se pertinente a análise das estratégias adotadas pela Venezuela a partir do surgimento da Petróleos de Venezuela S.A (PDVSA) – referente à utilização das divisas petrolíferas –, buscando compreender qual a relação entre os diferentes projetos políticos que encabeçaram o país a partir de então e as possíveis imbricações com o desenvolvimento venezuelano, a partir da relação com o a dinâmica imperialista (enquanto expressão da expansão do processo de acumulação no espaço) e as suas implicações nas contradições interno/externo.