TEORIA FEMINISTA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS: A CONTRIBUIÇÃO DE MOVIMENTOS FEMINISTAS ACADÊMICOS PÓS E DECOLONIAIS PARA O ESTUDO DA DISCIPLINA
Teoria Feminista das Relações Internacionais; feminismos pós-coloniais, feminismos decoloniais, feminismo acadêmico latino-americano
O avanço feminista ao longo dos anos garantiu que mulheres ativistas, combatentes, acadêmicas, professoras, políticas e militantes pudessem ser reconhecidas enquanto agentes ativas da história e heroínas para muitos. Embora tenhamos um inimigo em comum – o patriarcado, é sabido hoje que nossas pautas, agendas e lutas muito se assemelham e se diferenciam concomitantemente; consequência de processos históricos distintos que nos deixou e, ainda deixa, marcas conforme as especificas vivências. A crítica feminista à ideia de “mulher universal” não é recente, mas foi nas últimas décadas que pudemos ouvir as vozes de movimentos de mulheres em diferentes contextos socioeconômicos e políticos sobre as especificidades de suas vivências. É por reconhecer a importância dessa pluralidade que nasce nesse trabalho o interesse em se abordar a contribuição acadêmica de feministas ainda subalternizadas no campo das R.I –sobretudo, mas não exclusivamente, daquelas que produzem intelectualmente a partir da América Latina. Situada no campo das Relações Internacionais, na interface com os estudos de gênero e da teoria política, esta é uma pesquisa qualitativa de caráter descritivo e exploratório, dividida em duas linhas de investigação: a primeira consiste em uma ampla revisão bibliográfica sobre a teoria feminista das RI e a produção intelectual de feministas subalternizadas latino-americanas, no entanto, não se limitando a elas. A segunda consiste na análise sobre a possível e rica contribuição acadêmica de tais autoras no que se refere à teorização nas RI, através dos feminismos. Através do exposto, faz-se importante entender que a intenção da discussão proposta neste trabalho visa ampliar o debate teórico dentro do campo das Relações Internacionais a partir de visões feministas advindas dos chamados países periféricos ainda marginalizados quando falamos de legitimação da construção do saber/produção do conhecimento dentro da Disciplina.