Banca de DEFESA: RICARDO FERREIRA MACHADO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : RICARDO FERREIRA MACHADO
DATA : 07/12/2020
HORA: 08:30
LOCAL: https://conferenciaweb.rnp.br/events/defesa-de-doutorado-de-ricardo-ferreira-machado
TÍTULO:

Visões naturalistas sobre os indígenas brasileiros entre 1880 e 1910


PALAVRAS-CHAVES:

Lacerda, von Ihering, Netto, Erenhreich, povos indígenas, antropologia física, antropologia cultural


PÁGINAS: 238
RESUMO:

Nessa tese são analisadas diferentes abordagens teóricas antropológicas que buscaram estudar os povos indígenas do Brasil entre 1880 e 1910. Nesse período a antropologia passou de uma ciência centrada nos estudos craniométricos, para uma ciência que buscava estudar os aspectos culturais. O advento da perspectiva cultural dentro da antropologia não significou o fim dos estudos craniométricos. Para o desenvolvimento dessa tese foram escolhidas as obras principais de Lacerda, Mello-Netto, von Ihering e Ehrenreich para analisar as visões desses autores a respeito dos povos indígenas do Brasil. Em suas obrasforam investigadas as discussões antropológicas a respeito dos povos indígenas do Brasil que estavam em disputa no meio científico entre 1880 e 1910. Foram analisadas as publicações relacionadas aos povos indígenas nos arquivos e em revistas de museus e instituições científicas brasileiras, com especial ênfaseno Museu Nacional e no Museu Paulista. Também foi feita uma revisão da literatura produzida no âmbito da história da ciência nas últimas décadas sobre as visões antropológicas, sobre as expedições naturalistas e sobre os autores estudados. O período de 1880 a 1910 pode ser considerado como um momento de intensas discussões a respeito da origem do ser humano no continente americano. Teria o homem americano uma origem independente das outras raças humanas do mundo ou teriam todasas raças humanas uma origem comum? Essa pergunta impulsionou muitos estudos dentro da antropologia desse período. Vários pesquisadores se apoiaram nos estudos craniométricos para tentar responder às perguntas relativas à origem do homem americano, ao mesmo tempo, tais estudos serviram como base para sustentar e legitimar as hierarquias raciais, tão marcantes na sociedade brasileira daquele período. Por meio dos dados craniométricos, os pesquisadores buscavam compreender as relações de parentesco entre diferentes raças, diferentes tribos ou diferentes etnias indígenas. No Brasil, os estudos de João Baptista Lacerda e de Ladislau Netto, sobre os índios que aqui viviam, foram intensamente influenciados pela craniometria inspirada em Paul Broca. Ao tempo em quea craniometria foi compreendida como a melhor forma de se estudar as raças indígenas, alguns autores começaram a questionar as limitações que essas medições teriam para dar as respostas para as perguntas postas dentro da antropologia. Nessa corrente de pensamento, Paul Ehrenreich e Hermann von Ihering, que vieram da escola de antropologia liderada por Rudolf Virchow e por AldofBastian na Alemanha, reconheceram várias limitações na craniometria. A antropologia centrada na craniometria não dava conta de responder às perguntas relativas à origem e as relações entre diferentes raças. Esses autores, oriundos da escola de antropologia alemã, contribuíram, por meio dos estudos antropológicos dos povos indígenas do Brasil, para alicerçar a mudança epistemológica que aconteceu na antropologia no início do século XX.



MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2086934 - JUAN MANUEL SANCHEZ ARTEAGA
Interno - 567.815.045-68 - CLAUDIA DE ALENCAR SERRA E SEPULVEDA - UEFS
Interno - 059.834.344-03 - INDIANARA LIMA SILVA - UEFS
Externo à Instituição - MARINA CAVALCANTE VIEIRA - UERJ
Externo à Instituição - VANDERLEI DE SOUZA
Notícia cadastrada em: 04/12/2020 20:34
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