Banca de DEFESA: JAVIER GIOVANNY SANCHEZ MOLANO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : JAVIER GIOVANNY SANCHEZ MOLANO
DATA : 04/12/2020
HORA: 09:00
LOCAL: https://conferenciaweb.rnp.br/events/defesa-de-doutorado-de-javier-giovanny-sanchez-molano
TÍTULO:

TECITURAS AMBIENTAIS NAS MARGENS ESCOLARES PARA UM ENSINO DE CIÊNCIAS INSURGENTE


PALAVRAS-CHAVES:

América Latina. Educação ambiental. Ensino de Ciências. Interculturalidade antropofágica. Periferias urbanas.


PÁGINAS: 270
RESUMO:

O autor-ator, por meio de uma estratégia antropológica, mergulha em um trabalho de campo em escolas públicas da periferia de Salvador Bahia. Por meio de uma chamada pública em que se oferece como professor auxiliar, entra em contato com diversas/os professoras/es de ciências naturais e exatas, conseguindo abordar algumas práticas e processos escolares com diferentes níveis de profundidade e densidade relacional. O relato antropológico foi construído de forma ficcional e alimentado a partir de suas memórias, anotações do diário de campo, registros audiovisuais e as resenhas e comentários das/os atrizes/atores envolvidas/os. Nele, são destacados episódios e cenas vivenciadas pelo autor-ator nas escolas onde obteve aproximações com frequência, duração e densidade relacional suficientes para efetuar a observação participante e tentativas de parceria e intervenção. Dessa forma, ele descreve, interpreta e analisa como a dimensão ambiental está presente nos sentidos e significados que várias/os professoras/es das ciências naturais e exatas oferecem às suas práticas no cotidiano escolar das periferias soteropolitanas. Essa estratégia metodológica foi inspirada nas considerações de campo e sobre a construção do relato etnográfico de Clifford Geertz, bem como no paradigma da polifonia exposto por James Clifford. Da mesma forma, são apresentadas as propostas da sociologia do cotidiano defendidas por Michel de Certeau; e, os desafios que se expressam, na experiência de campo e no contato antropológico, no nível das subjetividades e dos afetos, expostos nas Tecnologias do Eu de Jorge Larrosa e, nas Cartografias Sentimentais de Virginia Kastrup e Suelly Rolnik. Para a análise de suas experiências, o autor-ator construiu um referencial teórico tecendo interfaces cultura-ambiente-ciência. Da perspectiva interpretativa do conceito de cultura (Clifford Geertz), e dos diferentes desdobramentos pós-coloniais da análise cultural, gera discussões sobre o alcance, as limitações e os desafios desses desdobramentos para compreender os processos escolares nas periferias urbanas da América Latina. Nessas discussões, o autor-ator enfatiza as ideias de tradução cultural de Hommi Bhabha, a interculturalidade crítica de Stuart Hall, o hibridismo cultural de Garcia-Canclini e as artes de fazer de Michel de Certeau. Por fim, projeta o conceito de Interculturalidade Antropofágica como uma dinâmica cultural que permitiria a apropriação criteriosa e crítica de conhecimentos e epistemologias hegemônicas, ao mesmo tempo que valoriza outros saberes, comunais, ancestrais e populares colocando-os em diálogo e contato em função dos desejos e necessidades das populações oprimidas do Sul Global. A seguir, destaca algumas das características das representações ampliadas do ambiente expressas por Félix Guattari por meio do conceito de ecosofias. Essa representação ampliada de ambiente, articula os aspectos ecológicos, sociológicos e psicológicos dos desafios contemporâneos que a humanidade enfrenta. Permitindo que estabeleça diálogos com as coloridas e complexas tecituras em torno do conceito de ambiente feitos a partir da prática política dos Movimentos Sociais da América Latina e, de teóricos como Marcos Reigota, de quem se toma as apropriações do conceito de antropofagia para o campo da educação; e, Enrique Leff, de quem é tomado o conceito de racionalidade ambiental, que estabeleceria um horizonte axiológico para as práticas e processos de educação intercultural. Este horizonte ético expresso na racionalidade ambiental e que se projeta em valores de justiça social, sustentabilidade ecológica e econômica, diversidade cultural e participação democrática em contraposição aos valores do progresso tecnológico, do mercado e da acumulação capitalista, estrutura concepções contra-hegemônicas ou pós-normais de ciência desenvolvidas por Boaventura de Sousa Santos e Hugh Lacey. Essas concepções contra-hegemônicas de ciência articuladas às pedagogias decoloniais, insurgentes ou interseccionais de Catherine Walsh, Peter Mclaren e bell hooks, tornam possível propor o arcabouço ou a substância de um Ensino de Ciências InSURgente ECI, que escapa a qualquer tipo de teleologia ou dogma biologicista, ecologicista ou economicista. O autor-ator, aplicando o referencial teórico descrito acima para a análise do relato antropológico, percebe e descreve o imenso potencial da EA para a transversalização e integração curricular. Bem como algumas limitações estruturais e micropolíticas para o desenvolvimento de processos e práticas da Educação Científica InSURgente ECI em duas escolas públicas da periferia de Salvador-Bahia, tomando como exemplo a narração e análise dos contextos das Feiras Escolares de Ciências que ocorreram nessas instituições em 2017 e 2018.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1148606 - ROSILEIA OLIVEIRA DE ALMEIDA
Interno - 2920919 - BARBARA CARINE SOARES PINHEIRO
Interno - 909.409.897-00 - MARCO ANTÔNIO LEANDRO BARZANO - UEFS
Externo ao Programa - 1747931 - IZAURA SANTIAGO DA CRUZ
Externo à Instituição - CELSO SANCHEZ - UNIRIO
Externo à Instituição - MARLECIO MAKNAMARA DA SILVA CUNHA
Notícia cadastrada em: 13/10/2020 14:57
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