Banca de DEFESA: ROSANE MARIA SOUZA E SILVA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ROSANE MARIA SOUZA E SILVA
DATA : 06/10/2020
HORA: 14:00
LOCAL: Faculdade de Educação da UFBA
TÍTULO:

NOS SUBTERRÂNEOS DA HISTÓRIA: INSTITUCIONALIZAÇÃO DA PSICOLOGIA NA BAHIA, NO CONTEXTO DA DITADURA MILITAR (1968-1980)


 


PALAVRAS-CHAVES:

História da Psicologia - História da Psicanálise - História da Análise do Comportamento - Ditadura Militar - Movimento Estudantil


PÁGINAS: 248
RESUMO:

A pesquisa visa descrever e analisar o processo de institucionalização da Psicologia na Bahia, no contexto da ditadura militar, entre os anos de 1968 a 1980. Considerou-se: a influência que o contexto autoritário e as políticas de Estado para as áreas de educação e ciência exerceram sobre a formação e consolidação do curso de graduação em psicologia da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal da Bahia; a recepção e apropriação da Análise do Comportamento e da Psicanálise por parte da comunidade acadêmica, naquele contexto político; e, as lutas e mobilização dos discentes e docentes frente às políticas de Estado. Trata-se de um estudo descritivo-analítico, que tem como referenciais teóricos a História Social das Ciências e a História da Psicologia.

Adotam-se procedimentos metodológicos da História do Tempo Presente, utilizando-se de técnicas de História Oral e de Análise Documental para levantamento e análise de dados. Fez parte do corpus documental: Atas, programas e planos de curso; jornais, boletins, panfletos estudantis e informativos sobre o Movimento Estudantil; inquéritos policiais; folhetos sobre propaganda, contrapropaganda e “guerra psicológica” do governo militar; ofícios, relatórios e informações trocadas entre a Assessoria Especial de Segurança e Informação  e a reitoria e outros órgãos do sistema de vigilância e repressão do regime militar. Além das fontes documentais, foram analisadas as entrevistas realizadas com psicólogas que integraram o curso de psicologia da UFBA, como discentes ou docentes. Os resultados indicaram que as medidas adotadas pelo regime militar impactaram no processo de institucionalização e desenvolvimento da psicologia, enquanto campo disciplinar e profissional, na Bahia. As políticas educacionais implantadas pelo governo militar no âmbito da Educação produziram efeitos na demanda pela psicologia educacional, enquanto o interesse pela área industrial crescia a partir dos investimentos públicos que expandiram o polo industrial e tecnológico baiano. Houve uma prevalência da clínica, como área de estágio, em detrimento da área educacional e industrial. Demonstrou-se a forte influência do campo psiquiátrico sobre os rumos da psicologia, sob diversos âmbitos, inclusive formativos. Evidenciaram-se as condições sociais e políticas que possibilitaram a emergência da cultura psicanalítica na Bahia e sua influência na formação dos psicólogos, a partir da vinda dos psicanalistas argentinos, capitaneados por Emílio Rodrigué, e do psicanalista Carlos Pinto Corrêa, integrante do Círculo Brasileiro de Psicanálise de Minas Gerais. Destacou-se, no modo de recepção da Análise do Comportamento, o papel dos psicólogos formadores de análise do comportamento da Universidade de São Paulo na implantação do laboratório de Psicologia Experimental e na formação das primeiras gerações de docentes e analistas do comportamento da Bahia.

Observou-se, ademais, que houve uma vigilância e tutela sistemática sobre a comunidade acadêmica de psicologia, que impactou na vida universitária e exigiu dos discentes da área resistência para lidar com a tensão política e capacidade de enfrentamento na luta contra a ditadura militar. Tal cenário forjou um posicionamento político e socialmente ampliado entre os integrantes do movimento estudantil, naquele momento de intensa restrição e carências de toda ordem.


 


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 645.031.008-15 - AMILCAR BAIARDI - UFRB
Interno - 306961 - LUIZ CARLOS SOARES
Externo ao Programa - 1171174 - LUCILEIDE COSTA CARDOSO
Externo à Instituição - 2. ANA MARIA JACÓ-VILELA - UERJ
Externo à Instituição - ALEX VIEIRA DOS SANTOS - UNIFACS
Externo à Instituição - NADIA MARIA DOURADO ROCHA
Notícia cadastrada em: 25/09/2020 14:49
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