Banca de DEFESA: GRASIELLE SOUSA BULHÕES

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : GRASIELLE SOUSA BULHÕES
DATA : 03/12/2019
HORA: 14:00
LOCAL: Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Educação
TÍTULO:

 

A CIÊNCIA DO SÉCULO XIX E INÍCIO DO SÉCULO XX NA DEMARCAÇÃO DO TERRITÓRIO BAIANO DURANTE O PERÍODO DA PRIMEIRA REPÚBLICA


PALAVRAS-CHAVES:

Bahia; Território; Ciência; Nação; História da Ciência


PÁGINAS: 190
RESUMO:

Em diversos momentos da história do Brasil o seu vasto território foi tornando-se referência e alicerce no processo de construção e consolidação da Nação. Para os articuladores do projeto de nação a falta de uma tradição histórica "heróica" e a presença de uma população que ainda era escravizada e miscigenada levaram os homens do século XIX a configurar a natureza e a grandeza do território como alicerces do nacionalismo brasileiro. Para esse “novo” país em formação a ciência era substancial. Isto é, acompanhando o movimento mundial de valorização da ciência e da racionalidade instrumental que daria forma à modernização, os intelectuais que pensavam o Brasil no supracitado século e início do século XX também associaram a ciência a modernidade e ao progresso. Para eles, somente por meio dos conhecimentos e atividades científicas se alcançaria a tão sonhada “civilização” ocidental e um lugar para o Brasil no mundo capitalista. De forma correlata, o território da Bahia apresentou importante papel na constituição do seu Estado, na construção do regionalismo baiano e na inserção da Bahia no projeto republicano nacional. Assim, à luz da relação Território - Ciência - Nação, esta tese analisa o papel da ciência do século XIX e início do século XX na demarcação do território baiano, bem como, os conhecimentos científicos em voga nesse período foram incorporados as ações dos sócios do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB) e nas publicações da Revista dessa mesma agremiação, respectivamente, uma das principais instituições científicas do referido Estado e o mais relevante meio de divulgação das produções da Ciência dessa época. Sob essa mesma vertente, refletimos como a Bahia tentava se inserir no projeto republicano brasileiro ao mesmo tempo que buscava superar uma crise econômica, enaltecer seu regionalismo e reaver sua posição de destaque no cenário nacional. Para isso, construímos nossa análise investigativa alinhando o processo de demarcação do território baiano com a historiografia da ciência e com as pesquisas brasileiras que investigam a construção da ciência nacional. A constituição dos dados foi concretizada por meio da análise da Revista do IGHB e dos estudos de documentos e mapas do território baiano depositados nos principais acervos dos Estados da Bahia e do Rio de Janeiro. Os resultados produzidos nessa investigação nos permitiram concluir que o IGHB se converteu em um lugar capaz de pensar o Estado e as questões mais fundamentais da Bahia e se conformou como um espaço significativo de produção científica. Os estudos e atividades científicas realizados pelos intelectuais dessa instituição e pelos intelectuais brasileiros envolvidos na articulação da Bahia, apesar de estarem sintonizados com as ideias e padrões da ciência europeia, voltavam-se, notadamente, para a produção científica nacional, priorizando as temáticas relacionadas as necessidades do supracitado Estado. Nesse segmento, estes intelectuais realizaram expressivos trabalhos sobre a cultura do nosso povo e, principalmente, sobre a nossa natureza e nossa história. Destarte, contribuíram para o desenvolvimento econômico, político e social da Bahia e para a constituição de ações e elementos que ajustavam esse Estado ao projeto nacional. No que diz respeito especificamente a demarcação do território baiano, os associados do IGHB foram os principais envolvidos no processo de conformação do contorno territorial da Bahia; no estudo, compilação das fontes e documentos que autenticavam os direitos desse Estado sobre suas terras. Concomitantemente, foram essenciais colaboradores na construção dos materiais cartográficos do território baiano e autores fundamentais das obras e artigos acerca dessa temática. De maneira geral, a ciência produzida no IGHB em conjunto com a produção científica brasileira foi preponderante no conhecimento da natureza, descrição e demarcação do território da Bahia; na produção de estudos sistemáticos sobre a fauna, flora e sobre a vida social do nosso povo; na prospecção de dados cartográficos e na produção de registros de grande valor histórico e científico.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 834.495.587-49 - MOEMA DE REZENDE VERGARA - PUC - RJ
Interno - 285676 - OLIVAL FREIRE JUNIOR
Interno - 306961 - LUIZ CARLOS SOARES
Externo à Instituição - RILDO DUARTE - IFMG
Externo à Instituição - BRUNO CAPILÉ
Notícia cadastrada em: 27/09/2019 09:54
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