APRENDIZAGEM DE FUTUROS PROFESSORES DE MATEMÁTICA: UM OLHAR SOBRE PRÁTICA SOCIAL E IDENTIDADE
Aprendizagem. Prática social. Identidade. Ensino de Geometria. Desenvolvimento Profissional.
Este trabalho teve por objetivo investigar como ocorre o processo de aprendizagem de professores de matemática em formação inicial quando se envolvem em práticas de aprendizagem em uma disciplina sobre geometria e que visa o ensino na Educação Básica. Nesse ponto, buscou-se inspiração nos pressupostos teóricos da teoria social da aprendizagem de Etienne Wenger (1998) e alguns aspectos da perspectiva da aprendizagem situada, por meio das quais compreendemos uma caracterização possível da aprendizagem mediante dois constructos teóricos: prática social e identidade. Notadamente, esses dois elementos se mostraram capazes de descrever parte da dinâmica dos processos de aprendizagem, apontando-os como base e caracterização possíveis ao desenvolvimento profissional de futuros professores de geometria, pela estreita relação entre as dimensões o quê/como fazemos e quem podemos ser no processo. Para tal, foram analisadas de modo qualitativo as aulas de uma disciplina de uma universidade pública no interior da Bahia. Os dados foram produzidos por meio de observação gravada em áudio e vídeo e registrada pelo pesquisador por diário de campo, bem como pela realização de entrevista no início e fim da disciplina. Os resultados sugerem o delineamento de modos diferenciados de aprender e ensinar conceitos geométricos, demarcando com isso processos ricos às suas histórias de aprendizagem que são negociadas nas situações às quais foram submetidos. Portanto, a conclusão aponta para a necessidade de delegar ao futuro professor negociar no ato de suas próprias participações e reificações ao usar os conceitos de geometria, isto é, o futuro professor precisa investigar, questionar e levantar hipóteses sobre “o fazer” no “fazer”. Esse movimento colabora no sentido de demarcar aprendizagem com ênfase na negociação de significados de situações de ensino da geometria na Educação Básica como uma ação natural, necessária e constante, corroborando a perspectiva de desenvolvimento do sujeito ao longo da vida.