Banca de DEFESA: INGRID SILVA DE ANDRADE

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : INGRID SILVA DE ANDRADE
DATA : 30/08/2022
HORA: 14:00
LOCAL: Sala online
TÍTULO:

"Não se pode ensinar sobre resistência": o que dizem os professores sobre o ensino de ciências em espaço de privação de liberdade


PALAVRAS-CHAVES:

professores de ciência; educação nos presídios; pedagogia histórico-crítica


PÁGINAS: 100
RESUMO:

É sabido que a educação no sistema penitenciário apresenta dificuldades. Apesar de um instrumento importante, a educação no sistema prisional é pouco assistida e ainda dificultada por quem trabalha lá dentro. É importante entender as dificuldades e desafios desses professores para, a partir daí, elaborar propostas de atuação.  Os professores de ciências costumam utilizar recursos para estimular o interesse do conhecimento científico pelos alunos, além de auxiliar na aprendizagem. Entre esses recursos estão o lúdico, experimentos em laboratórios, feiras de ciências, entre outros. Porém, com as limitações existentes nas escolas dentro dos presídios, como será que os professores conseguem realizar seu trabalho, ou melhor, como ensinam ciências num ambiente limitador das práticas do professor? Como será que poderia se dar a formação continuada para os professores de ciências que atuam nas escolas do presídio ou a metodologia de ensino adotada nas escolas comuns podem ser transferidas fielmente para o sistema prisional?  Desse modo, esse estudo propõe investigar o que dizem os pprofessores de ciências que atuam em espaços de privação de liberdade sobre sua ação pedagógica. Se existem limitações, caso sim, quais são elas; quais as diferenças entre ensinar dentro e fora do contexto prisional; a percepção dos participantes com relação ao comportamento dos alunos em sala. Para chegarmos aos resultados desejados, optou-se a princípio, por realização de entrevista semiestruturada. A pesquisa foi realizada com cinco participantes que atuam ou atuaram em escolas que atendem a população carcerária. Foram duas as seções de entrevista realizadas com cada participante. Na primeira, foram abordados os seguintes pontos presentes no roteiro de entrevista: a) o dia-a-dia do professor na escola; b) diferenças entre ensino em escolas dentro e fora do sistema prisional; c) diferença do ensino de ciências naturais para outras disciplinas; d) desafios/possibilidades no ensino de ciências; e) limites da atuação profissional dentro do sistema prisional; f) estratégias para facilitar o ensino. Na segunda entrevista foram abordados temas como: a) a importância do ensino de ciências no sistema prisional; b) percepção que o professore tem de si mesmo enquanto profissional da educação; c) formação continuada; e d) comportamento dos alunos em sala de aula, avaliando o nível de interesse e comprometimento. A análise e a discussão dos dados foram realizadas a partir da articulação entre os relatos dos participantes e os resultados e discussões encontradas na literatura. Foram formadas categorias com base na proximidade entre os elementos trazidos pelos participantes. Foram elas: conteúdos encarcerados, trata-se de conteúdos que não podem ser ensinados nas escolas em que os participantes lecionam; a segunda categoria se refere à disciplina dos alunos em sala de aula. Os professores relatam que precisam lidar com regras específicas impostas pela instituição, que vão além das restrições nas escolas fora dos presídios; a terceira categoria fala sobre os recursos materiais utilizados pelos professores para ensinar e principalmente, das dificuldades devido à escassez desses materiais. A análise dos dados se apoiou ainda nos objetivos do estudo e nos fundamentos da Pedagogia Histórico-Crítica, teoria desenvolvida pelo filósofo e educador Dermeval Saviani.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2895880 - HELIO DA SILVA MESSEDER NETO
Interno - 1034186 - RAFAEL MOREIRA SIQUEIRA
Externa à Instituição - CLARISSA RODRIGUES - UFOP
Notícia cadastrada em: 19/08/2022 13:13
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