AS CONTRIBUIÇÕES DE BACON PARA UM RACIOCÍNIO CRÍTICO DA RELAÇÃO HOMEM-NATUREZA ATRAVÉS DA
CIÊNCIA
Ciência, Natureza, Francis Bacon, Novum Organum e A sabedoria dos antigos
Neste início de século XXI a relação dos seres humanos com a natureza é uma pauta que tem ganhado constante destaque, cada vez mais fica evidente a necessidade da elaboração de novas técnicas de uso dos recursos naturais com uma maior ênfase numa visão ética do meio ambiente. Observar como a relação humano-natureza se deu ao longo da história, além de nos permitir refletir sobre a gênese da ciência e de seus objetivos iniciais, faz com que nos questionemos se a evolução científica moderna resultou nos ideais sociais que os pensadores da modernidade imaginavam. Um dos primeiros filósofos a conceber a ideia de dominação da natureza pelo homem através da ciência foi o inglês Francis Bacon, em sua mais famosa obra Novum Organum (1620) ele escreve claramente: “Ciência e poder do homem coincidem, uma vez que, sendo a causa ignorada, frustra- se o efeito, pois a natureza não se vence, senão quando se lhe obedece” (BACON, 1979, p. 13). Porém, observando os desastres naturais das últimas décadas, vemos que o poder da ciência e suas criações tem se chocado com os limites suportados pelo mundo natural. Desta forma, à luz de Bacon, podemos nos perguntar: qual o limite da ciência e sua ação em relação ao meio ambiente? Em suas obras Bacon sempre traz a ética para o processo de conhecimento, produção técnico-científica e interpretação da natureza, assim analisando especificamente as obras O progresso do conhecimento (1605), A sabedoria dos antigos (1609), Novum Organum (1620) e Nova Atlântida (1627) pretendo abordar as contribuições de Bacon para um raciocínio crítico da relação homem-natureza através da ciência.