ORGULHO E PRECONCEITO, YOUTUBE E REDES SOCIAIS:
NOVAS ADAPTAÇÕES PARA NOVAS MÍDIAS E ESPECTADORES
Salvador
Palavras – chave: Websérie. Adaptação. Convergência. Narrativa Transmídia. The Lizzie Bennet Diaries.
Adaptar obras literárias é uma atividade bastante antiga, mas, mesmo assim, enfrenta certo preconceito por seu caráter de reconstrução de uma outra obra. Esta tese se propõe a discutir a adaptação não como inferior mas sim considerando-a uma atividade de recriação e reconstrução da obra de partida. Esses princípios orientarão a identificação e análise de algumas das escolhas feitas pelos adaptadores do romance Orgulho e preconceito para a narrativa transmídia da websérie The Lizzie Bennet Diaries de modo que esta última se tornasse mais compreensível para o espectador do século XXI. O corpus consiste das obras Orgulho e Preconceito e a narrativa transmídia da websérie The Lizzie Bennet Diaries formada pela série principal citada e três outras mini séries: The Lydia Bennet Diaries, Maria of the Lu e Domino: Gigi Darcy. Por fim, os perfis dos personagens da websérie na rede social Twitter terminarão de compor o corpus. Serão discutidos aspectos do romance e da adaptação por meio do instrumental teórico fornecido pela teoria desconstrutivista da tradução concentrando-se em três aspectos: espaço-tempo, temática e gênero/sexualidade, para demonstrar como esta adaptação contemporânea atualiza características da obra de partida. Entendendo que o meio para o qual a websérie é criada, a internet, tem características que contribuem para moldar esta adaptação, teóricos da comunicação agregaram conceitos à tese. Além das teorias desconstrutivistas de Walter Benjamin (2008) e Jacques Derrida (1973, 1976, 1995, 2006) e das teorias de adaptação de Linda Hutcheon (2011), esta análise se baseou em teorias da área de comunicação, como Henry Jenkins (2009), Vicente Gosciola e Andrea Venutti (2012) e Daniela Zanetti (2013) para discutir, respectivamente, a cultura da convergência, a narrativa transmídia e o desenvolvimento da websérie. Por fim, para analisar os eixos espaço-tempo, temática e gênero/sexualidade, autores como Edward Said (2011), Susie Steinbach (2004), Shulamith Firestone (1976) e Michel Foucault (2015) compuseram também o referencial teórico da análise feita nesta tese.