A representação da identidade feminina da Arlequina na construção dos quadrinhos da DC Comics
Arlequina; Identidade; História em quadrinhos; Representação feminina.
A presente pesquisa é um estudo sobre a representação feminina da personagem Arlequina na construção dos quadrinhos da DC Comics, com o objetivo de analisar as construções identitárias da personagem nas narrativas gráficas: Batman: origens secretas (2016), Arlequina se jogando na cidade (2017), Batman: Arlequina (2017), Arlequina apagão de poder (2018) e dois episódios da original animação: Batman série animada (1992), em que são comprovadas as representações identitárias assumidas pela personagem Arlequina. Essa investigação foi desenvolvida com base nos pressupostos teórico-metodológicos da Linguística Aplicada (LA), a partir da concepção linguagem para problematização das questões sociais (PENNYCOOK, 2008; MOITA LOPES, 2006; RAJAGOPALAN, 2003), da Teoria Social da Linguagem, abordando a linguagem enquanto prática social (FAIRCLOUGH, 2001; MEURER, 2011; RAMALHO,RESENDE, 2011) e da Psicologia Social, para compreensão das construções identitárias e representações performadas pela personagem Arlequina (MOSCOVICI, 2007; JODELET, 2019). Os dados submetidos à análise qualitativa foram interpretados baseados em duas categorias de análise: (a) violência e (b) sexualidade. Os resultados evidenciaram que a personagem Arlequina, comumente conhecida como uma personagem submissa, não mais se encontra neste lugar, tendo em vista que nas graphic novels examinadas ela assume novas representatividades, como a da Dra Quinzel e Arlequina, bem como a de protagonista e anti-heroína. Além disso, Arlequina também se representa como personagem feminina empoderada, uma vez que ela subverte o lugar de poder e dominação masculina na narrativa, e também rompe com o padrão heteronormativo performando uma bissexualidade e exercendo a sororidade feminina.