As estrelas no corpus do Projeto ALiB: revisitando o Falar Amazônico
Áreas dialetais. Projeto ALiB. Léxico. Estrelas. Falar Amazônico.
Nesta dissertação, desenvolveu-se investigação no âmbito do Léxico, com vistas à identificação de áreas dialetais e à confirmação ou contestação do traçado proposto por Nascentes (1953), para o que ele chamou de Falar Amazônico. Para o estudo, tomou-se, como base dados inéditos extraídos do corpus do Projeto ALiB, que é um intento de amplitude nacional, na área da Dialetologia e que tem como método a Geolinguística Pluridimensional, que se sustenta em um tripé básico, definido por Cardoso (2010, p. 89), como rede de pontos, informantes e questionários. Nesse sentido, para a realização da dissertação, selecionou-se uma rede de pontos composta por 30 localidades, distribuídas no Norte do Brasil, utilizou-se três questões, do Questionário Semântico-Lexical – QSL, que investigam os nomes atribuídos às “estrelas”, mais especificamente as questões 29, 30 e 31, e contou-se com a contribuição de 144 informantes, estratificados conforme metodologia de seleção de informantes do referido projeto, em que se considera o sexo (masculino e feminino), duas faixas etárias (faixa I – 18 a 30 anos e faixa II – 50 a 65 anos), nível de escolaridade fundamental incompleto e, nas capitais, dois níveis de escolaridade (fundamental incompleto e universitário). As denominações encontradas, como, por exemplo, Estrela d’Alva, Planeta Vênus e Estrela Cadente foram avaliadas considerando, além da distribuição espacial, os aspectos sociais que são controlados pelo Projeto ALiB e foram comparados com os estudos de Mota (1999), Oliveira (2014), Carvalho (2015) e Cuba (2015), no que concerne aos nomes atribuídos às “estrelas”, e com o trabalho de Portilho (2013), no que concerne a área do Falar Amazônico (NASCENTES, 1953). Os resultados encontrados confirmam que o que foi proposto por Nascentes, na década de 50, para Falares do Norte e Falares do Sul, podem ser visualizados na amostra, quando comparada com os outros estudos feitos, no entanto, o traçado do Falar Amazônico, ora se mescla com o Território Multivarietal (parte da região Centro-Oeste), ora se mescla com o Falar Nordestino, atestando que, na atualidade, esse traçado não se confirma.