PALAVRA AUTORITÁRIA E CONTRAPALAVRA DEA AUTORIDADE A (DES)CORTESIA LINGUÍSTICA NOJ JULGAMENTODO MENSALÃO
Argumento de autoridade. Interação. Acórdão do Mensalão. Voto.
Na constituição da palavra e da contrapalavra, os interlocutores utilizam vários recursos, dentre eles: a (des) cortesia linguística. A partir do emprego desta, procuram atender aos seus projetos discursivos. Assim, estudar a palavra e a contrapalavra sob a perspectiva da (des) cortesia linguística constitui entender e verificar a importância das estratégias utilizadas pelos operadores do direito para convencer o outro de que o seu argumento é verdadeiro. Além disso, a releitura da (des) cortesia linguística sob o olhar axiológico da palavra confere a essa um valor social e linguístico. Portanto, investigar como se dá o processo argumentativo da (des) cortesia linguística na constituição da palavra autoritária e da contrapalavra nos votos dos Ministros Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski, no Julgamento do Mensalão contribui para a construção dos discursos desses juristas, e também representa penetrar em um universo em que o uso pelos locutores dos mecanismos linguísticos conquista a força necessária para vencer as batalhas na arena do mensalão. Para alcançar tal objetivo geral, perseguiremos a orientação teórico-metodológico da pesquisa qualitativa, especificamente, na análise interpretativa, documental e na formação da palavra autoritária e de autoridade a partir da (des) cortesia linguística nos votos dos Ministros Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski, no Acórdão do Julgamento do Mensalão. E nos apoiamos teoricamente em: Bakhtin (2011, 2019) Cabral (2011); Ducrot (1987, 1994, 1981); Fávero (2014); Perelman e Olbrechts-Tyteca (2005), Volóchinov (2018, 2019) dentre outros. Por se tratar de uma pesquisa em fase inicial, ainda não temos os resultados, no entanto, acreditamos que os valores históricos e sociais que a palavra carrega pertencem ao espaço da argumentação no ambiente jurídico. Ao defender ou acusar um réu, o advogado ou promotor escolhe palavras que representam um sujeito, ou seja, a descrição realizada pelo defensor ou acusador em relação ao réu sai do plano linguístico para o discursivo.