Banca de QUALIFICAÇÃO: MARILDO DE OLIVEIRA LOPES

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : MARILDO DE OLIVEIRA LOPES
DATA : 30/11/2020
HORA: 14:00
LOCAL: Ambiente virtual Skype https://join.skype.com/wm7s2x6PiOdU
TÍTULO:

GUERREANDO COM PALAVRAS MAL-DITAS: MANIPULAÇÃO EM MACROATOS DE DISCURSO E A (RE)PRODUÇÃO DE ABJEÇÕES À DIVERSIDADE SEXUAL E DE GÊNERO NO PARLAMENTO BRASILEIRO


PALAVRAS-CHAVES:

Diversidade sexual e de gênero; abjeção; macroato de discurso.


PÁGINAS: 209
RESUMO:

Mundialmente, a população LGBTI+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgêneros, Intersexos, entre outrxs) é alvo de ataques diários, em uma guerra social, cognitivamente perfilada no viés da dominação, sofrendo diversas formas de violência, pelo fato de terem subvertido as normas do sistema “coerente” de inteligibilidade heterossexista, que nos é compulsoriamente imposto (BUTLER, 2003). Os preconceitos e as discriminações contra esse grupo historicamente minoritarizado são especialmente (re)produzidos, no/pelo discurso – concebido, neste estudo, como prática social e não meramente como reflexo ou representação da realidade (VAN DIJK, 2018). Embasado em Austin (1990), compreendo que o discurso, além de proferir coisas, realiza ações. Abjetar a diversidade sexual e de gênero, não reconhecendo pessoas LGBTI+ como igualmente humanas, cidadãs e dignas de respeito e amparo social é um macroato de discurso, realizado não apenas em contextos informais do cotidiano, mas, sobretudo, em contextos políticos. No âmbito dos três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) do Estado Democrático de Direito no Brasil, essa questão controversa produz fortes discursividades atravessadas por embates ideológicos. No que diz respeito ao Parlamento, a manipulação discursiva (VAN DIJK, 2018) é frequentemente utilizada, estrategicamente, para influenciar interlocutores a aderirem às proposições parlamentares materializadas em discursos. Sob esse prisma, meu objetivo geral, nessa Tese em desenvolvimento, é investigar a maneira como a manipulação discursiva é tecida em macroatos de discurso (re)produtores de abjeções à diversidade sexual e de gênero, no debate legislativo acerca do Projeto de Lei Estatuto da Família (PL 6583/2013), a partir da compreensão da cognição política brasileira atual em relação aos LGBTI+. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de análise interpretativista, ancorada na abordagem sociocognitiva dos Estudos Críticos do Discurso (ECD) proposta por van Dijk (2018), abordagem multidisciplinar que estuda tanto a (re)produção discursiva do abuso de poder social como também discursos dissidentes, com especial atenção às relações entre discurso, cognição e sociedade, e sempre na perspectiva de grupos socialmente oprimidos. O estudo é constituído pelas seguintes etapas: (i) pesquisa bibliográfica; (ii) geração de dados (download e transcrição de uma audiência pública sobre o PL em tela); (iii) pré-análise (iv) e análise detalhada dos dados. Os cinco capítulos apresentados compreendem: três capítulos teóricos, um capítulo metodológico e um capítulo com uma análise preliminar de algumas categorias. Politicamente e explicitamente posicionado em defesa dos Direitos Humanos e da dignidade da pessoa humana, almejo, ainda, refletir sobre alternativas viáveis para a mudança social tão necessária para a construção de um mundo mais solidário com os LGBTI+.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2142558 - DANIELE DE OLIVEIRA
Interno - 1372213 - LIVIA MARCIA TIBA RADIS BAPTISTA
Externo à Instituição - VIVIANE DE MELO RESENDE - UnB
Notícia cadastrada em: 17/11/2020 12:53
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