O DISCURSO CIENTÍFICO EM ANÁLISE: FORMAÇÕES IMAGINÁRIAS E NEUTRALIDADE CIENTÍFICA
Análise do Discurso de orientação Materialista; Ideologia; Ciência; formações Imaginárias; Neutralidade Científica
A Análise do Discurso de orientação Materialista, tendo como principal representante o filósofo Michel Pêcheux, trouxe importantes contribuições para os estudos da linguagem, sobretudo no que se refere às questões relacionadas ao sentido. Apropriando-se de releituras de importantes teóricos, a Análise do Discurso de orientação Materialista conseguiu trazer uma nova perspectiva para os estudos da linguagem. Foi a partir desse pressuposto teórico que realizamos, neste trabalho, a análise da formação da imagem do cientista e da ciência em três períodos históricos. Para isso, selecionamos três corpora, um de cada período: da Idade Média, Suma teológica, de Tomás de Aquino; da Idade Moderna, Discurso do Método, de Renê Descartes e da Idade Contemporânea, A Estrutura das Revoluções Científicas, de Thomas Kuhn. Cada corpus foi analisado individualmente, buscando, a partir da materialidade discursiva, identificar a imagem sustentada do sujeito e da ciência. Essa verificação foi importante para que pudéssemos observar o funcionamento do discurso científico e, assim, relacioná-lo com suas respectivas Formações Sociais, Ideológicas e Discursivas. Isso nos deu suporte para que, ao final do trabalho, fizéssemos um cruzamento entre os dados e, a partir disso, problematizássemos a questão da neutralidade e objetividade da ciência. A partir das análises, observamos que em todos os corpora o discurso científico estava em consonância com as ideologias hegemônicas do período em que foram produzidos. Isso nos mostrou que o discurso científico, como todos os outros, não está alheio às suas Condições de Produção, logo, não é despido de influências ideológicas.