Banca de DEFESA: IVAN PEDRO SANTOS NASCIMENTO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : IVAN PEDRO SANTOS NASCIMENTO
DATA : 03/07/2020
HORA: 10:00
LOCAL: VIRTUAL
TÍTULO:

LEXICOGRAFIA DIALETAL BRASILEIRA: O ESTADO DA ARTE NO SÉCULO XX (1920-1959)


PALAVRAS-CHAVES:

Metalexicografia; Lexicografia dialetal; Lexicografia histórica; Avaliação de dicionários; Dicionários dialetais


PÁGINAS: 208
RESUMO:

A pesquisa Lexicografia dialetal brasileira: o estado da arte no século XX (1920-1959) visa a uma investigação metalexicográfica, no que diz respeito ao estabelecimento de macro e microestruturas, de cinco dicionários dialetais brasileiros: O Dialeto Caipira, de Amadeu Amaral (1920); Vocabulário Sul-Rio-Grandense, de Luiz Carlos Moraes (1935); Vocabulário Amazônico, de Amando Mendes (1942); Vocabulário de Têrmos Populares e Gíria da Paraíba, de Leon Clerot (1959); e o Dicionário de Termos Populares (Registrados no Ceará), de Florival Seraine (1959). O desenvolvimento do trabalho justifica-se por uma necessidade de se construir uma história lexicográfica brasileira que abarque não apenas dicionários de língua, mas também os dicionários dialetais, objetivando a recuperação de um conjunto de técnicas de sistematização de dados diatópicos para que se possa melhor definir a tipologia de dicionário dialetal, no âmbito das obras de referência linguísticas. A construção de um índice remissivo para os cinco livros também foi tarefa desta pesquisa. Apoia-se o estudo em referências como Atkins e Rundell (2008), Burkhanov (1998), Cardoso (1999, 2010), Faulstich (2011), González (2011), Hartmann e James (2002), Miranda (2014, 2019), Krieger (2009), Rey-Debove (1984), Romano (2013), Silvestre e Verdelho (2007), Welker (2004, 2005, 2006 e 2011) e Zgusta (1971). A metodologia consistiu no exame dos textos pré, intra e pós-dicionarísticos e da bibliografia das obras de referência para a depreensão do projeto dicionarístico e identificação de critérios adotados pelos autores; contagem do número de verbetes de cada obra; seleção dos verbetes de estrutura lisa pertinentes a substantivos e verbos insertos nas três primeiras páginas das letras A, B, C, M, N, O e S de cada volume para se visualizarem a microestrutura de cada obra e a coerência com a macroestrutura pré-estabelecida; identificação e descrição dos segmentos informativos dos verbetes e de seus indicadores tipográficos e não tipográficos; levantamento dos padrões de organização dos verbetes de cada obra lexicográfica para substantivos e verbos; e, por fim, a comparação entre as macro e microestruturas de cada obra para a obtenção de um modelo que represente o perfil de uma lexicografia dialetal do século XX. Como resultados, nota-se que a produção lexicográfica apresentou um destaque especial para a língua portuguesa no Brasil, com abordagens sócio-históricas e levantamento de fenômenos linguísticos caracterizadores dos dialetos, com um notável domínio de terminologia linguística para a descrição fonética e amplo conhecimento da diversidade, não se limitando apenas ao registro do léxico de suas respectivas zonas dialetais, mas desenvolvendo comparações e comentários linguísticos. Não obstante, não se identificou um planejamento lexicográfico bem estabelecido, ainda que os trabalhos sigam a tendência empreendida por Amaral (1920), no que diz respeito às descrições linguísticas e construção de vocabulário. Ao nível de microestrutura, observou-se uma assistematicidade na composição e estruturação de verbetes, que se deve ao grande número de arranjos para o lema principal com a classe e gênero gramaticais, predicação verbal, definições (sinonímica, extensional, enciclopédica ou lexicográfica), variantes lexicais, nomenclatura científica (para as designações de plantas e animais), comentários etimológicos, abonações ou exemplos, notas de referência, fontes de pesquisa, remissões e marcas de uso. Em O Dialeto Caipira (1920), foram identificados 43 padrões de organização; no Vocabulário Sul-Rio-Grandense (1935), 32 padrões; no Vocabulário Amazônico (1942), 28 padrões; no Vocabulário de Termos Populares (1959), 46 padrões; e, por fim, no Dicionário de Termos Populares (1959), 34 padrões. Por fim, define-se os dicionários dialetais como obras de referência linguística monolíngues, organizadas semasiologicamente, que cobrem as modalidades oral e escrita de uma língua, tendo em vista a representação de normas vernáculas, seja em perspectiva sincrônica ou diacrônica, para evidenciar uma dimensão geográfica


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1354069 - AMERICO VENANCIO LOPES MACHADO FILHO
Interno - 2195355 - SILVANA SOARES COSTA RIBEIRO
Externo à Instituição - LISANA RODRIGUES TRINDADE SAMPAIO - UFRB
Notícia cadastrada em: 02/07/2020 15:22
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