Banca de DEFESA: ÁLVARO CÉSAR PEREIRA DE SOUZA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ÁLVARO CÉSAR PEREIRA DE SOUZA
DATA : 08/11/2019
HORA: 14:00
LOCAL: Sala de Defesas do ILUFBA
TÍTULO:

O PROCESSO DE ESCOLARIZAÇÃO E NORMATIZAÇÃO DO PORTUGUÊS EM SERGIPE DEL REY, SÉCULO XIX: A OBRA DE JOSÉ ORTIZ (1862)


PALAVRAS-CHAVES:

Escolarização. Normatização. História da Cultura Escrita. Língua Portuguesa. Província de Sergipe del Rey. Século XIX.


PÁGINAS: 434
RESUMO:

Ao seguir as reflexões de Rosa Virgínia Mattos e Silva (2004), sobre os caminhos perseguidos pela língua portuguesa no Brasil até sua conformação atual, nosso trabalho vem somar-se a de outros estudiosos que buscam desvelar não apenas os fenômenos linguísticos que ocorreram no interior da língua portuguesa, ou seja, a compreensão de sua história interna, mas também os fatores sócio-históricos que promoveram mudanças (fonéticas, morfológicas, sintáticas), ou seja, o entendimento de sua história externa. Como afirma Mattos e Silva, é chegado o momento de “reunir e unir estudiosos da linguística histórica que se interessam por reconstruir o complexo e ainda superficialmente desvendado percurso da constituição do português brasileiro no contexto de várias faces da sócio-história linguística do Brasil” (MATTOS e SILVA, 2004, p. 29). Para tanto, a autora contempla quatro grandes campos de pesquisa que se interligam e se completam. A nossa pesquisa insere-se no campo a) o campo que se moverá na reconstrução de uma história social linguística, tendo como campo empírico a Província de Sergipe del Rey oitocentista, dentro do marco temporal 1834-1870. O objeto de estudo é o processo de normatização da língua portuguesa em Sergipe del Rey, via escolarização, dentro do marco temporal recortado. Assim, o trabalho encontra-se respaldado por uma das vertentes do campo a, propostas por Mattos e Silva (p. 59), que é aquela que “será a reconstrução da história da escolarização no Brasil, que Houaiss formula como a penetração da língua escrita, fator fundamental para a compreensão da polarização entre normas vernáculas e normas cultas do português brasileiro”. Como sabemos, o Brasil era um país majoritariamente rural no século XIX, cuja literalização, nas palavras de Mattos e Silva (p. 59), “foi lenta e de má qualidade”. Tampouco foi alvissareiro o processo de escolarização na Província sergipana em face às grandes dificuldades econômicas pela qual essa passava naquele momento. O estudo da história de Sergipe, desde o período em que ainda fazia parte da Província da Bahia, nos permitiu levantar dados referentes a sua demografia e distribuição étnico-social, informações importantes para a compreensão do quadro social sergipano no século XIX. No que concerne à escolarização, pudemos atestar, pela distribuição das escolas nas vilas e cidades de Sergipe inventariadas, que a maior parte da população pobre e mestiça não teve acesso à cultura escrita. Poucos eram os materiais disponíveis para o ensino-aprendizagem da língua portuguesa, conforme os muitos relatos dos diretores da instrução pública. Assim também a alusão à péssima qualidade dos professores, além da falta de espaços adequados para o trabalho docente. Se a formação docente era inadequada ou praticamente inexistente, os poucos compêndios à disposição para o ensino-aprendizagem dos rudimentos de gramática da língua nacional em Sergipe del Rey também deixavam a desejar, como é o caso da gramática analisada nesta pesquisa, o Novo Systema de Estudar a Grammatica Portugueza (1862), do médico e bacharel em letras, o gaúcho José Ortiz. A obra de José Ortiz é mais uma das muitas gramáticas de orientação filosófica, de cariz normativo-prescritivo, cujo padrão linguístico é o lusitano. O procedimento analítico foi o comparativo com três outras gramáticas conhecidas, do século XIX: A Grammatica Philosophica da Lingua Portugueza, de Jeronimo Soares Barbosa (1822); o Epitome da Grammatica Portugueza, de Antonio de Moraes e Silva (1806; 1824) e a Grammatica da Lingua Portugueza, de Francisco Sotero dos Reis (1871). Deste procedimento foi possível levantar as convergências e divergências existentes entre os gramáticos de então. No tocante à obra de Ortiz, pudemos observar a tentativa de imposição de uma “norma culta”, em certos momentos, totalmente artificial e distante daquela realidade, mesmo para falantes muito escolarizados.


MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 2265991 - ANA SARTORI GANDRA
Interno - 036.341.835-00 - CELIA MARQUES TELLES - UFBA
Externo ao Programa - 073.850.055-00 - DINEA MARIA SOBRAL MUNIZ - UFBA
Interno - 131.917.135-49 - EMILIA HELENA PORTELLA MONTEIRO DE SOUZA - UFBA
Externo à Instituição - ESTER FRAGA VILAS-BOAS CARVALHO DO NASCIMENTO - UNIT
Notícia cadastrada em: 08/11/2019 13:09
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