Banca de DEFESA: MATHEUS SANTOS OLIVEIRA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : MATHEUS SANTOS OLIVEIRA
DATA : 07/12/2022
HORA: 09:00
LOCAL: Instituto de Letras - híbrida
TÍTULO:

IDEOLOGIAS LINGUÍSTICAS NA HISTÓRIA DO CONHECIMENTO SOBRE A LÍNGUA PORTUGUESA NO BRASIL E DESAFIOS GLOTOPOLÍTICOS CONTEMPORÂNEOS


PALAVRAS-CHAVES:

Ideologias linguísticas. História sociopolítico-linguística. Brasil. Ensino-aprendizagem.


PÁGINAS: 294
RESUMO:

Vive-se hoje, no mundo ocidental, uma guerra de narrativas talvez sem precedentes na história da humanidade: direita, esquerda, liberais, comunistas, progressistas, conservadores, centroprogressistas, centro-liberais, pós-modernos, marxistas, decoloniais, anarquistas, anarcocapitalistas etc. pululam em nosso tempo. Com a crescente universalização do acesso à educação e com o advento das mídias jornalísticas, sociais etc., a contemporaneidade dá voz e auditório às diversas ideias. E a Linguística, ciência que se debruça sobre a complexidade da linguagem humana e, mais especificamente, das línguas naturais, não passa ao largo disso. Com efeito, também nessa área do conhecimento, há um sem número de discursos sendo produzidos, defendidos, consumidos. Esses discursos, pelo menos no Brasil – conscientemente ou não, intencionalmente ou não –, ora se identificam com os discursos e, consequentemente, com os modos de ser e estar no mundo herdados da colonização portuguesa, concebendo a língua portuguesa como um idioma que precisa ser defendido pelos seus falantes, a fim de supostamente evitar deturpações; ora, seja a partir de evidências empíricas e de um determinado rol teórico que concebe língua como gramática interna dos seus falantes ou a partir de um olhar discursivo para o funcionamento da significação das e nas línguas, defendem que a língua portuguesa, uma vez transplantada para o Brasil, se tornou outra língua; ora creem na possibilidade disruptiva de desatar os últimos nós que uniriam um suposto espaço lusófono, criando tecnologias para o ensino de uma língua genuinamente brasileira; ora, em nome da globalização, buscam otimizar políticas públicas externas de internacionalização da língua portuguesa – defendendo, a um só turno, por paradoxal que pareça, a necessidade de manter viva a diversidade linguística e a necessidade de internacionalização de uma suposta língua portuguesa transnacional, vez que as línguas seriam, no mercado globalizado, verdadeiros commodities. No meio desse campo de batalha discursiva (e batalha discursiva sucumbe inevitavelmente aos jogos de poder das sociedades), está o professor de língua portuguesa (recém-)graduado em Letras – a quem, não raro, é dada a missão de reformar o ensino-aprendizagem de sua língua, não obstante, infelizmente, muitos deles chegarem ao mercado de trabalho bastante despreparados para essa hercúlea tarefa. Esta tese, escrita por um professor de Educação Básica e pesquisador da área de Linguística Histórica, vai estradar nas veredas do discurso científico de seu campo de atuação, intentando analisá-lo da forma mais objetiva quanto for possível, com o fito de entender quais são, ao fim e ao cabo, os desafios glotopolíticos que deve o linguista enfrentar. Ora, parece-me ímprobo acreditar na possibilidade de reforma de ensino-aprendizagem de língua portuguesa no Brasil, quando mesmo os cientistas dessa área dizem coisas muito diferentes e por vezes mesmo conflitantes. Assim, esta tese propõe chaves de leitura para as diversas ideologias linguísticas – entendidas aqui como conjuntos de valores e crenças a partir dos quais um cientista diz algo sobre língua – que atravessaram e atravessam discursos científicos sobre a história sociopolítico-linguística do Brasil, não com o objetivo de determinar qual delas é a mais válida, mas, antes, de revelar a lógica inerente a cada um desses conjuntos de visões, analisando suas contribuições e seus desafios para a proposição, se oportuno for, de um ensino-aprendizagem de língua(s) no Brasil ajustado às agendas democráticas do século XXI. Aqui, não só analiso a referida pluralidade de ideias linguísticas, mas, a partir do lugar de professor de língua portuguesa da Educação Básica, proponho caminhos – iniciais e dependentes de futuros refinamentos, como não poderia deixar de ser – para tentar resolver aquele que considero o principal desafio glotopolítico do Brasil contemporâneo: conciliar, quanto for possível, os conflitos de interesses e de visões que atravessam a Linguística e, consequentemente, as políticas linguísticas.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - CARLOS ALBERTO FARACO - UFPR
Externo à Instituição - JUANITO ORNELAS DE AVELAR - UNICAMP
Presidente - 2585742 - CARLOS FELIPE DA CONCEICAO PINTO
Externa ao Programa - 2265579 - ISADORA LIMA MACHADO - nullInterna - 2331858 - MARIA CRISTINA VIEIRA DE FIGUEIREDO SILVA
Notícia cadastrada em: 30/11/2022 13:59
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