“A UNIVERSIDADE NÃO É UM ESPAÇO FEITO PARA GENTE, MAS AGENTE ESTÁ OCUPANDO”: MULHERES CAMPONESAS NA LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO DO CAMPO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA-UFRB.
Palavras-Chave: Mulheres Camponesas; Universidade; Educação do Campo; Feminismo.
Esta tese analisa a trajetórias de mulheres camponesas na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, ingressantes no curso de Licenciatura em Educação do Campo – Ciências Agrárias no período de 2013 a 2020. Com seus modos de vida, levam a luta camponesa e feminina, suas bandeiras, instrumentos de trabalho, inchada e facão para reescrever outras narrativas dentro da academia, trazendo suas escrevivências e provocando rupturas nas estruturas sociais demarcadas pelas opressões de gênero, raça, classe e a violência histórica do latifúndio no Brasil. Ao ingressarem na universidade, as mulheres do campo buscam não apenas a mera reprodução dos conhecimentos acadêmicos, mas sim o desejo primeiro de legitimar os saberes que carregam por suas ancestrais. Para essas mulheres, mais do que ingressar no ensino superior, elas passam também a escrever suas próprias histórias e constituir identidades políticas. A partir do suporte metodológico das Narrativas (auto)biográficas analisamos as trajetórias dessas mulheres a partir de suas narrativas. Este estudo se insere no campo das pesquisas feminista, pois além de dar centralidade às mulheres camponesas, visibilizando suas trajetórias e vivências, contribui para a significativa discussão acerca do feminismo e as relações de gênero com o enfoque na presença das mulheres na universidade e na Educação do Campo. Assim, nesta tese concluiu-se que a sobre a inserção das mulheres do campo na Universidade pode ser considerada como uma estratégia da luta pela terra, e um projeto de emancipação feminina através da Educação do Campo.