Banca de DEFESA: MARIANA SANTOS SILVA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : MARIANA SANTOS SILVA
DATA : 23/02/2022
HORA: 09:00
LOCAL: Plataforma Google Meet
TÍTULO:

Perfil dos compostos orgânicos voláteis de culturas intercalares do agrossistema citrícola do estado da Bahia.

PALAVRAS-CHAVES:

Sinalização mediada por voláteis de plantas; Manejo sustentável de pragas; Citricultura; Ecologia química.

PÁGINAS: 147
RESUMO:

Em plantas, compostos orgânicos voláteis (COVs) atuam na defesa contra infecção, predação e como atratores ou repelentes para herbívoros. Diversas pragas agrícolas e vetores de doenças patogênicas que afligem a agricultura são insetos que usam COVs na localização e escolha de plantas hospedeiras. A citricultura, uma importante prática agrícola mundialmente, é atualmente acometida pelo Huanglongbing (HLB), uma doença devastadora causada por bactérias sistêmicas do gênero Candidatus Liberibacter. O Diaphorina citri Kuwayama 1908 é vetor do HLB. O manejo do HLB é difícil, custoso e o controle populacional do D. citri é essencial para o manejo da doença. Devido a severidade do HLB e os efeitos adversos causados pelo uso intensivo de agrotóxicos, abordamos neste trabalho uma linha de pesquisa alternativa que visa entender e utilizar COVs produzidos por plantas para melhorar o controle das populações naturais do D.citri. No Brasil, a Bahia, que ocupa o quarto lugar no ranking nacional da produção de citros, é considerada zona livre da doença, mas na área foi relatada a presença do D. citri e existe o risco iminente da doença ser introduzida em seus pomares. A citricultura baiana é de natureza familiar, sendo comum o consórcio dos citros com outras espécies agrícolas. Neste trabalho, investigamos o perfil de COVs três culturas intercalares usadas na citricultura baiana: feijoeiro cv. 'Mulatinho' (Phaseolus vulgaris L.); mandioca cv. 'Aipim Eucalipto' (Manihot esculenta Crantz) e do maracujazeiro-amarelo cv. 'Flavicarpa' (Passiflora edulis Sims.) genótipo Embrapa BGP 418. Para tal, foram obtidas 3 plantas de cada espécie e cada espécime foi amostrado 3 vezes. Foi utilizada a técnica de extração em fase sólida por headspace (HS-SPME) e os compostos foram separados por meio de cromatografia gasosa acoplada ao espectrômetro de massas (CG-SM). A identificação dos analitos foi realizada através da injeção de uma série homóloga de n-alcanos (C7 a C20), do cálculo dos índices de Kovats, comparação dos espectros de massas obtidos nas análises com os espectros da NIST e com padrões analíticos comerciais. Os dados obtidos foram avaliados através da análise de componentes principais (PCA) e de agrupamento hierárquico (HCA). No geral, foram identificados 24 COVs nas três espécies, sendo 21 compostos para o maracujazeiro-amarelo, 14 para a mandioca e 20 para o feijoeiro. A maior parte dos compostos pertenceu à classe dos aldeídos e álcoois e as espécies foram agrupadas entre si na PCA e HCA. Foram observadas diferenças qualitativas no perfil de COVs das três variedades quando comparadas com perfis de COVs descritos na literatura para a mesma espécie. Neste trabalho também realizamos uma revisão da literatura sobre a linha de pesquisa abordada no estudo, concluindo que o HLB é um patossistema complexo, no qual o uso de odores naturais ou sintéticos no manejo do D. citri é afetado por diversos fatores. No entanto, progresso já pode ser encontrado sobre os efeitos e preferências do D. citri para certas plantas e os COVs envolvidos. Autores apontam a necessidade de mais pesquisas com foco na aplicação de resultados laboratoriais em campo e sobre a funcionalidade do uso de determinados produtos químicos no cotidiano dos trabalhadores.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1299193 - ALESSANDRA SELBACH SCHNADELBACH
Externo à Instituição - ANTÔNIO SOUZA NASCIMENTO - EMBRAPA
Externo à Instituição - FÁBIO NEVES DOS SANTOS - UNICAMP