Banca de DEFESA: MARIA DO SOCORRO GONÇALVES DA COSTA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : MARIA DO SOCORRO GONÇALVES DA COSTA
DATA : 10/06/2022
HORA: 14:30
LOCAL: Sala virtual do PPGF
TÍTULO:

A construção de uma antropologia pedagógica em Rousseau: do Segundo Discurso ao Emílio


PALAVRAS-CHAVES:

: J.-J. Rousseau. Antropologia. Pedagogia. Educação.


PÁGINAS: 201
RESUMO:

A presente tese tem como escopo principal atualizar o debate filosófico em torno da relação antropologia e pedagogia destacando a formulação rousseauniana de homem do estado de natureza no cotejo com a educação da criança, mais precisamente, com a concepção pedagógica da obra Emílio ou da Educação de Rousseau. O recorte da pesquisa reconduz ao clássico modelo de educação humana proposta por Platão, para observar que, Platão inspirou os filósofos que se propuseram a pensar a educação do indivíduo na modernidade. São eles: Montaigne, Comenius, Locke e o próprio Rousseau. O genebrino propõe em Emílio um conjunto de princípios que compõe sua pedagogia entremeada pela antropologia, destacando questões como, o que é o homem e como deve ser sua educação. Esses questionamentos são postos diante de uma, ainda tateante, ciência antropológica que veio se desenvolvendo desde o Renascimento atingindo seu ápice no século XVIII, com o Iluminismo francês. Essa ciência, com as ideias de Rousseau, sofre uma fissura jamais imaginada para o período. Com a ideia da antropologia ficcional, vale-se do mito de Glauco e vai-se às origens do homem, retomando-as para empregá-las na criança fictícia, na qual se dá a emersão de um novo paradigma de formação humana. Tratando da infância até os doze anos, mostrando as vias de a conservar e a proteger, para o bem de si, evitando assim, os vícios e os erros que levam à corrupção e à infelicidade, mediante a atuação da figura do preceptor. No fervor do século XVIII, as ciências humanas sofrem a influência da física newtoniana, sendo possível vislumbrar o Emílio como um experimento humano de educação, cuja natureza fornece os princípios para que o preceptor siga e seu aluno seja submetido às experiências do exercício do corpo e aprimoramento dos sentidos, colhendo os preceitos e os princípios que irão gerir a educação negativa. Se Rousseau identifica as características da criança com as mesmas peculiaridades do homem do estado de natureza, fica evidente que sua concepção de pedagogia está estreitamente vinculada à antropologia, sua idealização do Emílio está integrada na compreensão da condição original da humanidade. Com sua pedagogia centrada na antropologia, Rousseau busca desenvolver princípios que possam garantir ou evitar ao máximo a degeneração, desfiguração do homem, apoiado num processo que possa levar as crianças a se tornarem homens autônomos diante das incitações negativas que o processo social apresenta. Tal homem bem formado terá todas as capacidades e condições para ser soberano, livre, justo e consequentemente formará uma sociedade mais justa e igual, onde as pessoas sejam mais felizes. Para Rousseau, pensar a criança é arquitetar o homem do amanhã.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1083326 - GENILDO FERREIRA DA SILVA
Externa à Instituição - CUSTÓDIA ALEXANDA ALMEIDA MARTINS - UMinho
Externo à Instituição - WILSON ALVES DE PAIVA - UFG
Externo à Instituição - THOMAZ MASSADI KAWAUCHE - UNIFESP
Externo à Instituição - ISRAEL ALEXANDRIA COSTA - UFAL
Externo à Instituição - LUCIANO DA SILVA FACANHA - UFMA
Notícia cadastrada em: 03/06/2022 09:34
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