Idealidade e experimentação emancipatória da liberdade: uma crítica ao conceito de Liberdade Social de Axel Honneth.
Eticidade democrática; Liberdade social; Patologias sociais; Reconstrução
normativa.
O objetivo desta dissertação é apresentar uma crítica à teoria da liberdade de Axel Honneth que
é desenvolvida em sua obra O direito da liberdade. Diferentemente de outros modelos de
liberdade, como a liberdade negativa e a liberdade moral, Honneth, mediante o uso do método
da reconstrução normativa, defende a ideia de que a realização da liberdade, ou seja, o seu
processo de experimentação normativa, está vinculado ao modelo de liberdade social. Tal
defesa, em linhas gerais, ocorre por dois motivos: o primeiro é porque a liberdade social é a
pré-condição social da ação humana; o segundo motivo é porque o ethos social da liberdade
social, que é a eticidade democrática, atesta que os indivíduos são livres, pois eles estão
envolvidos numa série de esferas sociais institucionalizadas, cuja tarefa normativa está no
reconhecimento social mútuo e inter-relacional da liberdade individual de cada indivíduo. Essa
interpretação da liberdade humana sugerida pelo filósofo alemão, contudo, apresenta dois
problemas: o primeiro problema é que a leitura de Honneh sobre o funcionamento do método
da reconstrução normativa leva ao fato de que o sedimento normativo das esferas sociais da
eticidade democrática seja visto perante uma perspectiva idealista; em decorrência disso, o
segundo problema surge pois o autor desconsidera que a eticidade democrática é uma instância
da vida social, que produz e reproduz injustiças sociais, isto é, que engendra formas de
patologias sociais. A hipótese que talvez solucione tais problemas, e que defenderei, é a
seguinte: o cultivo cooperativo da liberdade social pode ser mais bem desenvolvido com base
no nexo entre educação e filosofia social, no qual o primeiro elemento ajuda na experimentação
da finalidade do segundo elemento, que é a realização democrática da vida boa.