Da apreensão sensível ao conhecimento inteligível em Tomás de Aquino
Similitude, identidade formal, conceito, essência
O presente trabalho tem por objetivo analisar de modo inicial o debate interpretativo, a respeito da relação entre conceito e objeto, na filosofia de Tomás de Aquino. A ênfase do debate se dá na oposição interpretativa entre Realismo Direto e Representacionalismo, no que diz respeito à noção de similitude. Tomás apresenta o conceito como uma similitude através da qual nós conhecemos o objeto externo. A interpretação realista entende que o termo similitude deve ser lido como uma relação de identidade formal, entre conceito e objeto. O representacionalismo interpreta o conceito como uma similitude, no sentido de que o conceito é uma representação mental da essência do objeto externo. Para alcançar este debate, desenvolvemos um percurso epistemológico que pretende demonstrar, como, para Tomás o ser humano conhece. Inicialmente definimos o que significa conhecer para Tomás, a partir daí, apresentamos o duplo modo como o ser humano apreende o mundo externo. Primeiro nos dedicamos à apreensão sensível, através dos sentidos. Posteriormente a apreensão inteligível dos corpos, que resulta na formação do conceito no intelecto. Apenas após a formação conceitual no intelecto podemos analisar o debate interpretativo, a respeito da relação formal entre conceito e objeto.