As Aventuras Da Liberdade: ação e pensamento na obra de Hannah Arendt
Ação. Pensamento. Liberdade. Hannah Arednt. Juízo.
Esta investigação – partindo da realidade presente, e tendo como base a obra filosófica de Hannah Arendt – busca pelas possíveis relações entre as atividades humanas fundamentais da ação e do pensamento. A análise detida da obra de Arendt assinala, quero sustentar, esteja ela focada em estudar nossas atividades mentais ou eventos históricos e a fenomenalidade típica do universo político da ação, a existência de um eixo central para compreender aquilo que configura a peculiaridade dos seres que somos. Esse mesmo eixo é o que nos permitirá, considerando o proposto, expôr as entranhas da relação entre ação e pensamento com vistas a compreender o nosso tempo e a profundidade da crise em meio a qual nos encontramos. Tal eixo concentra-se na noção aredntina de liberdade, e esta, por sua vez, vem a tona a partir da hipótese de que a liberdade humana, elo central de nossa humanidade, é um exercício político cíclico para o qual convergem mutuamente, em tensão harmônica, as atividades do pensamento e da ação. No intuito de corroborar tal hipótese, investiga-se, de modo transversal ao longo do texto, três dimensões da existência humana tomadas como constitutivas da compreensão da liberdade aqui em jogo: a) a linguagem discursiva e metafórica de que somos capazes, b) a personalidade singular que realizamos no mundo e c) a nossa faculdade de julgar reflexivamente.