AÇÃO, CARÁTER E RESPONSABILIDADE MORAL EM ARISTÓTELES: O CASO DO INTEMPERANTE
ação, caráter, disposição, moral, determinismo psicológico, responsabilidade moral
O objetivo dessa pesquisa é investigar a possibilidade de mudança do caráter em Aristóteles. Conduziremos a nossa reflexão a partir de uma análise de caso concernente ao intemperante. Deste modo, procuramos entender se o intemperante uma vez adquirido uma disposição em agir num certo sentido, estaria impossibilitado de agir de outra maneira, ou seja, a moralmente correta. A questão problemática no caso do intemperante, por ter sua razão já corrompida pelo excesso de prazer, é se ele não poderia mais mudar de disposição. Para mudar de disposição, em Aristóteles, é necessário que o agente moral possa agir diferentemente, assim não lhe é possível deliberar por ações contrárias a sua disposição, ele seria incurável? Tal pesquisa fará uma abordagem do caso do intemperante, o qual será submetido a uma espécie de determinismo psicológico. Por fim, verificaremos se tal caso seria uma exceção à tese da prevalência da ação sobre a disposição, visto que ele não seria mais capaz de mudar sua disposição. Uma vez comprovada à impossibilidade de mudança do caráter desse caso extremo, como o do intemperante, devemos sustentar um determinismo psicológico na ética Aristotélica, que traria implicações concernentes à responsabilidade moral. Pois, para que o sujeito seja moralmente responsável por suas ações é necessário à possibilidade de agir, bem como deixar de agir.