PERCEPÇÃO E SIGNIFICAÇÃO ESTÉTICA NA MÚSICA
Palavras-chave: Percepção; Significação; Expressão; Música.
RESUMO
É fácil concordar com a tese de que o sentido musical seja indissociavelmente perceptivo. O que se apresenta como música, isto é, a aparência musical e seu sentido corporificado, é entendido por nós, sobretudo, por meio de um esforço de abstração. Neste sentido, com base na fundamentação teórica que é, em suma, a fenomenologia da percepção do filósofo M. Merleau-Ponty e sua viragem ontológica, tomaremos a música e o sentido musical de forma mais consistente, embora o filósofo pouco tenha se demorado na abordagem do tema. Deste modo, o objeto de pesquisa se faz, primeiramente, em uma tomada da música a partir do modo como ela pode ser experimentada por meio do processo corpóreo e perceptivo, mas também de como ela é tomada no âmbito da linguagem como expressão de mundo, que ganha forma através da canção. Pretende-se, nesta pesquisa, dentro das atuais possibilidades, estabelecer fundamentos para um procedimento fenomenológico e ontológico de análise da música, no que se refere à percepção e à significação, dadas no mundo vivido a partir da experiência corpórea e linguística. Exploraremos os conceitos de sensação, percepção, expressão, corpo próprio, esquema corporal, campo fenomenal e mundo como fundamentos impulsionadores para uma discussão no âmbito da fenomenologia e trataremos de como esses conceitos se desdobram numa virada ontológica do autor estudado, visando a como isso pode ser aplicado para pensar música, entendendo que Percepção e Significação são participantes da construção de sentido.