Banca de DEFESA: DANIEL GOIS RABELO MARQUES

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : DANIEL GOIS RABELO MARQUES
DATA : 24/03/2023
HORA: 14:00
LOCAL: no Auditório do INCT da Facom
TÍTULO:

PRIVACIDADE PROJETADA, PLATAFORMAS DIGITAIS E O SUJEITO-DADO: UM ESTUDO DE CASO DOS PROBLEMAS CONTEMPORÂNEOS DE PRIVACIDADE A PARTIR DOS SMART SPEAKERS


PALAVRAS-CHAVES:

Plataformização; Privacidade; Dataficação; Smart Speakers; Comunicação; Design


PÁGINAS: 252
RESUMO:

Essa pesquisa de doutorado tem como objeto de estudo os problemas contemporâneos de privacidade resultantes da emergência da sociedade de plataformas – especialmente a partir dos fenômenos de plataformização, dataficação e performatividade algorítmica. Tomamos como caso para análise, especificamente, a adoção e uso dos smart speakers. Buscamos, portanto, compreender como esses dispositivos afetam a instauração da vida privada dos seus usuários a partir da sua adição no espaço doméstico. Para tanto, desenvolvemos uma investigação partindo de uma perspectiva neomaterialista, interessada nas múltiplas mediações humanas e não-humanas que, em conjunto, dão vida ao fenômeno da privacidade. No primeiro momento desta tese, correspondente aos primeiros capítulos, apresentamos nosso objeto empírico e construímos nossas bases teórico-conceituais. Iniciamos apresentando os smart speakers e seu modo de funcionamento, bem como as estratégias através das quais as plataformas digitais buscam enquadrar a ideia de privacidade, especialmente para esses produtos. A partir disso, propomos a ideia de sujeito-dado como chave interpretativa para pensar os problemas de privacidade envolvidos no uso desses artefatos. Em um segundo momento, a partir da apresentação do neomaterialismo, desenvolvemos uma genealogia das relações entre tecnologias de comunicação e privacidade, culminando na proposta de ideais-tipo para pensar as múltiplas controvérsias envolvendo as mídias e a vida privada. Nos debruçamos, também, na caracterização da sociedade de plataformas, bem como nos regimes de dataficação do capitalismo de vigilância e colonialismo de dados. Buscamos demonstrar como o design das tecnologias digitais atua enquanto importante instrumento na perpetuação de modelos de negócio pautados no extrativismo de dados. Com essas bases construídas, adentramos na pesquisa de campo desenvolvida para esta tese. Foram realizadas 21 entrevistas de profundidade e aplicado um questionário online com usuários, totalizando 271 respostas. A partir dessa coleta de dados e das bases teórico-metodológicas previamente discutidas, apresentamos uma linha do tempo de adoção do smart speaker e as consequências dessa adoção na constituição da vida privada dos usuários. De modo geral, verificamos que os usuários tendem a naturalizar a presença do smart speaker e, em alguma medida, aderem aos regimes de dataficação das plataformas. Como causa, identificamos que as plataformas buscam colocar em práticas medidas protetivas e estratégias de design que não dão conta de impedir o avanço do capitalismo de vigilância, pelo contrário. A partir disso, propomos o conceito de privacidade projetada como forma de jogar luz sobre a forma como a noção de privacidade se transforma em uma moeda de troca instrumentalizada a partir de práticas abusivas de design.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - SÉRGIO AMADEU DA SILVEIRA - UFABC
Externo à Instituição - CARLOS AFFONSO PEREIRA DE SOUZA - UERJ
Externo à Instituição - BRUNO RICARDO BIONI
Presidente - 1218133 - ANDRE LUIZ MARTINS LEMOS
Externo à Instituição - CARLOS FREDERICO DE BRITO D'ANDREA - UFMG
Notícia cadastrada em: 21/03/2023 09:37
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