Banca de DEFESA: MARTA FRANÇA SANTOS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : MARTA FRANÇA SANTOS
DATA : 19/12/2022
HORA: 14:00
LOCAL: ENUFBA
TÍTULO:

OFERTA PROTEICA E MORBIMORTALIDADE EM PACIENTES COM DOENÇA CRÍTICA: UM ESTUDO DE COORTE


PALAVRAS-CHAVES:

Doença crítica, terapia nutricional, proteína, mortalidade, desnutrição


PÁGINAS: 86
RESUMO:

Introdução: A fase aguda da doença crítica é caracterizada por intenso catabolismo proteico e consequente perda de massa muscular que está associada à piores desfechos clínicos. Minimizar o catabolismo proteico, na fase aguda doença crítica, é o desafio da terapia nutricional. No entanto, a oferta proteica ideal, bem como o melhor momento para que esta terapia possa conferir melhor resposta clínica aos pacientes, ainda é controversa. Objetivo: Avaliar a associação entre oferta proteica na fase aguda da doença crítica e morbimortalidade de pacientes em terapia intensiva. Método: Trata-se de uma coorte retrospectiva realizada com pacientes admitidos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) médico-cirúrgica, maiores de 18 anos, de ambos os sexos, no período de janeiro de 2018 a junho de 2020. Foram coletados dados demográficos, clínicos e de oferta nutricional até o sétimo dia de internamento, utilizando os prontuários eletrônicos e software de acompanhamento nutricional utilizado no Hospital. A meta proteica de 1,2g/KgPeso e meta calórica de 20-25Kcal/KgPeso, foram consideradas como adequadas. Os dados da mortalidade em seis meses foram coletados do site do tribunal de justiça da Bahia. A análise descritiva das variáveis foi realizada por medidas de tendência central, frequência e prevalência e comparadas pelos testes de t Studet, Mann Whitney e Qui Quadrado de Pearson. A associação entre ingestão proteica e mortalidade em seis meses, na UTI e hospitalar foi avaliada pela regressão multivariada de Cox e a associação entre oferta proteica e tempo de internamento na UTI e hospitalar pela regressão binominal negativa. Resultados: Dos 197 pacientes incluídos no estudo, 52,8% (n=104) foram a óbito em 6 meses. Os pacientes que foram a óbito apresentaram pontuações APACHE e SOFA mais altos (17 versus 15, p=0,028 e 6 versus 4, p=0,004, respectivamente), desenvolveram mais sepse durante o período de internação na UTI (81,7% versus 40,9%, p < 0,001) e permaneceram mais tempo hospitalizados (41 dias versus 30,5 dias, p=0,004) que os sobreviventes. Os pacientes que foram a óbito, também, apresentaram maior frequência de risco nutricional (51,9% versus 34,4%, p=0,013). O aumento de 1g/KgPeso na ingestão proteica média no sétimo dia reduziu em 65,0% a mortalidade em 6 meses (HR: 0,346, IC 95%: 0,133-0,903), 64,4% a mortalidade na UTI (HR: 0,356, IC 95%: 0,142-0,895) e 61,9% a mortalidade hospitalar (HR: 0,381, IC 95%: 0,164-0,883). Considerando o risco nutricional, a redução da mortalidade foi ainda maior e apenas entre os pacientes em alto risco nutricional: 81,5% a mortalidade em 6 meses (HR: 0,185, IC 95%: 0,046-0,732), 78,5% a mortalidade na UTI (HR: 0,215, IC 95%: 0,061-0,75) e 82,7% a mortalidade hospitalar (HR: 0,173, IC 95%: 0,051-0,587). Para o tempo de internamento na UTI, o aumento de 1g/KgPeso na ingestão proteica média nos dias 3 e 7 reduziu em 32,0% (RR: 0,680, IC 95%: 0,498-0,928) e 28,4% (RR: 0,716, IC 95%: 0,533-0,961) respectivamente, o tempo de internamento na UTI. Para pacientes em alto risco nutricional, a redução no tempo de internamento na UTI foi de 41,0% (RR: 0,590, IC 95%: 0,374-0,928) e 34,5% (RR: 0,655, IC 95%: 0,450-0,954) respectivamente. Conclusão: O aumento da ingestão proteica média no dia 7 reduziu a mortalidade em 6 meses, a mortalidade na UTI e hospitalar e o tempo de internamento na UTI em pacientes com doença crítica. Esses resultados foram ainda mais evidentes em pacientes em alto risco nutricional. Tais achados revelam a importância da otimização da oferta proteica para pacientes com doença crítica, em particular para pacientes em alto risco nutricional, enfatizando a importância da triagem nutricional para a tomada da conduta nutricional mais assertiva.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - WILZA ARANTES FERREIRA PERES - UFRJ
Interna - 2615563 - PRISCILA RIBAS DE FARIAS COSTA
Interna - 3315542 - RAQUEL ROCHA DOS SANTOS
Notícia cadastrada em: 14/12/2022 18:05
SIGAA | STI/SUPAC - - | Copyright © 2006-2024 - UFBA