RISCO NUTRICIONAL NA ADMISSÃO, EVOLUÇÃO CLÍNICA E DESFECHOS DA COVID-19 EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES HOSPITALIZADOS
Palavras-chave: COVID-19, população pediátrica, risco nutricional, STRONGkids
Objetivo: Verificar a associação entre o risco nutricional na admissão e os desfechos clínicos da COVID-19 em crianças e adolescentes hospitalizados. Métodos: Estudo de coorte multicêntrica realizado em duas cidades da região Nordeste do Brasil, com menores de 18 anos diagnosticados laboratorialmente com COVID-19. Dados sociodemográficos e a triagem de risco nutricional pela STRONGKids (baixo, médio e alto risco) foram coletados de forma remota e em prontuários hospitalares, respectivamente. Os desfechos avaliados foram necessidade de internação em UTI, tempo de internamento (<10 dias ou ≥10 dias), casos críticos e óbito. Modelos de regressão logística multivariável foram usados para avaliar os efeitos do alto risco nutricional sobre os desfechos clínicos da COVID-19. Resultados: Foram avaliados 103 indivíduos, destes 35 (34,0%) tinham baixo risco, 44 (42,7%) médio risco e 24 (23,3%) alto risco nutricional. Análise univariada demonstrou que alto risco nutricional se associou a internamento em UTI (p=0,008), tempo de internamento ≥10 dias (p=0,010) e casos críticos (p=0,048). Em análise multivariada, a associação entre alto risco nutricional se manteve para internação em UTI (OR: 4,95; IC95%, 1,37-17,8; p=0,01), após ajustes para idade, sexo, raça/cor e classe socioeconômica. Óbito não se associou a alto risco nutricional. Conclusões: Crianças e adolescentes com alto risco nutricional pela STRONGkids, na admissão hospitalar, apresentaram maiores chances de internação em UTI, quando infectados pelo SARS-CoV-2.