Banca de DEFESA: LUCAS JOSÉ DA SILVA TAVARES

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : LUCAS JOSÉ DA SILVA TAVARES
DATA : 05/09/2025
HORA: 15:00
LOCAL: Plataorma online
TÍTULO:

“Esses marginais vermelhos serão banidos de nossa pátria”: discursos antipetistas mobilizados em publicações de perfis bolsonaristas no Facebook (2014-2018)


PALAVRAS-CHAVES:

Bolsonarismo, Antipetismo, Análise do discurso político, Crise da democracia liberal, Extrema-direita.


PÁGINAS: 138
RESUMO:

Esta dissertação analisa os discursos mobilizados por perfis bolsonaristas no Facebook entre 2014 e 2018, com ênfase na centralidade do antipetismo na constituição da identidade política do bolsonarismo. O estudo insere-se no contexto da crise da democracia liberal contemporânea, compreendida como um processo global de desestabilização dos regimes democráticos, e manifestada no Brasil por meio de um discurso político polarizador, violento e autoritário, amplificado pelas dinâmicas da sociedade digital. A pesquisa adota uma abordagem qualitativa, fundamentada na análise do discurso político, que compreende o discurso como uma fixação provisória de sentidos. Esse referencial é articulado à teoria de Ernesto Laclau sobre cadeias de equivalência e significantes vazios, permitindo identificar como o antipetismo opera como articulador simbólico da gramática bolsonarista. O corpus da pesquisa é composto por 41 declarações de Jair Bolsonaro e seus apoiadores, além de 40 publicações e 126 comentários extraídos de perfis antipetistas no Facebook, com o recorte temporal entre 2016 e 2018. A demarcação cronológica justifica-se por ser o período de plena ascensão do bolsonarismo nas mídias sociais, especialmente no Facebook. A análise organiza-se em três campos semânticos principais, sendo cada um deles examinado em capítulo específico: anticorrupção, conservadorismo moral e insegurança pública. No primeiro, investiga-se a ressignificação da corrupção como signo esvaziado e atribuído exclusivamente ao PT, em um processo de criminalização do adversário político que remonta às Jornadas de Junho de 2013. No segundo campo, o conservadorismo moral, examina-se a sacralização de Bolsonaro como figura messiânica e a demonização do inimigo político. No terceiro campo, o da (in)segurança pública, o discurso bolsonarista legitima a violência e criminaliza adversários políticos. São analisadas a retórica do “bandido bom é bandido morto”, a defesa do armamento civil e o papel da “bancada da bala”, bem como o ataque sistemático aos direitos humanos e a desqualificação de movimentos sociais como MST e CUT. A Os resultados da pesquisa apontam que o antipetismo atua como um significante vazio que condensa múltiplas ameaças simbólicas — corrupção, imoralidade, criminalidade — articulando diferentes discursos em uma identidade política excludente. Essa identidade é potencializada pelas mídias digitais, por meio do uso estratégico de memes, hashtags e conteúdos virais, em consonância com as noções de “enxame digital” e “homo digitalis” de Han (2018).


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1493412 - RODRIGO PEREZ OLIVEIRA
Externo à Instituição - DANIEL PINHA DA SILVA - UERJ
Externo à Instituição - LUIS FELIPE MIGUEL - UnB
Notícia cadastrada em: 14/08/2025 12:09
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