QUAL HISTÓRIA DEVE SER ENSINADA? AS INTERPRETAÇÕES HISTORIOGRÁFICAS DA ERA VARGAS NOS LIVROS DIDÁTICOS DO PROGRAMA NACIONAL DO LIVRO DIDÁTICO (PNLD) (1985-2003)
PNLD, Livro Ditático, Nova República brasileira, historiografia
O objetivo deste trabalho é analisar os usos das interpretações historiográficas da Era
Vargas nos livros didáticos no Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), entre 1985
e 2003. A delimitação cronológica da pesquisa começa, em 1985, quando o PNLD teve
seu primeiro esboço, a partir do decreto 91.542, e termina, em 2003, quando à estrutura
do PNLD foi acrescido o Programa Nacional do Livro Didático para o Ensino Médio
(PNLEM), momento em que se concretiza o modelo de política pública do livro didático.
Intentou-se identificar os valores historiográficos e políticos que embasam as diretrizes
do curriculum oficial do Programa Nacional do Livro Didático, com ênfase na história
política do programa no contexto da reconstrução da democracia brasileira, com vistas a
responder de que maneira a cultura política da Nova República pode ter modulado a
renovação do conteúdo dos livros didáticos. Parte-se da premissa de que o PNLD é parte
indispensável na constituição do novo pacto democrático, sendo a política oficial de
escolha da literatura escolar pública brasileira. Tendo isso em vista, a presente pesquisa
busca lançar luz sobre as formas de incorporação do conhecimento historiográfico ao
saber histórico escolar da Nova República. Esta dissertação está dividida em três
capítulos. No primeiro, examinamos a história política do Programa Nacional do Livro
Didático (PNLD). No segundo capítulo, investigamos a história da historiografia da Era
Vargas. No terceiro capítulo, abordamos os aspectos fundamentais do mercado editorial
brasileiro de livros didáticos e analisamos o conteúdo das obras didáticas aprovadas pelo
PNLD, entre os anos de 1985 e 2003.