APLICAÇÕES DO MÉTODO DE RIETVELD NA PETROGRAFIA DE ROCHAS KIMBERLÍTICAS
Refinamento de Rietveld, Difratometria de Raios X, Lamproito, Provincia Kimberlitica Nordestina
A utilização dos raios- X começou em 1895, por Wilhelm Conrad Roentgen. Inicialmente era utilizada
para estudos médicos, até que em 1912 Max Von Laue aplicou a técnica em cristais descobrindo a
difração de raio- X. Logo se obteve uma poderosa ferramenta para estudos científicos, que guiou as
descobertas de todas as estruturas conhecidas até hoje. A análise qualitativa por difração de raios – X se
iniciou a partir de estudos de Bragg, onde se determina que, quando um feixe de raios- X
monocromáticos incide sobre um material cristalino ocorre o fenômeno da difração. Assim para analisar
as fases cristalinas que estão presentes em um pó analisado, é feito um difratograma, que é um gráfico
de intensidade observada. Com o difratograma são calculados os picos de máxima intensidade. O
método de Rietveld foi criado em 1969 por Hugo. M Rietveld, foi inicialmente idealizado para o
refinamento da interpretação de dados dos difratogramas gerados a partir da difração de nêutrons. O
método permite calcular o difratograma padrão de determinada amostra através de um algoritmo com
um padrão difratométrico adequado à fase que se pretende estudar, aplicando para isto o método dos
mínimos quadrados. Assim, comparando os picos experimentais obtidos na amostra desconhecida e o
padrão de pontos calculados é possível se identificar a célula unitária da estrutura cristalográfica. Alguns
destes valores podem ser encontrados em artigos que reportam estruturas parecidas. O estudo
petrográfico clássico em kimberlitos é dificultado pela presença da mineralogia exótica, xenólitos,
xenocristais, e minerais de origem mantélica pouco conhecidos. Além disto a geoquímica destas rochas,
com riqueza de voláteis, favorece os processos tardios de serpentinização, carbonatização e oxidação,
transformando as rochas expostas em superfície e impossibilitando muitas vezes a correta identificação
das fases minerais presentes na amostra. Por estes motivos, o refinamento das análises por 7ifratometria
de raio-X através do método de Rietveld é uma poderosa ferramenta na interpretação petrográfica de
rochas de mineralogia exótica e alterada. Tais informações são essenciais para maior uma melhor
compreensão da natureza e gênese deste importante prospecto mineral. Este estudo tem o objetivo de
aplicar o método de quantificação de Rietveld através de análises por 7ifratometria de raios-x no método
do pó-total para ampliar o entendimento sobre a petrografia do Lamproíto Aroeira. Para isso será
utilizado o software que DIFRAC.TOPPAS no laboratório de tecnologia mineral de raio-x (LAPAG).
A metodologia de trabalho desenvolvida neste estudo focou na seleção de duas amostras representativas
do Lamproíto Aroeira, estas duas amostras foram laminadas em três direções ortogonais, obtendo-se
assim 6 lâminas polido-delgadas e 6 tabletes destas mesmas frações, os quais foram moídos e geraram
o pó analisado por DRX. , assim o estudo da petrografia juntamente com o a aplicação do método de
Rietveld no seu respectivo pó trouxe uma confiabilidade maior as descrições petrograficas e assim
ajudou a identificação de fases exóticas e serpentinizadas.