TAXONOMIA DE OSTRACODES E PALEOAMBIENTE DA FORMAÇÃO ITAPARICA (CRETÁCEO INFERIOR), NA BACIA DO RECÔNCAVO, BAHIA, BRASIL
Micropaleontologia. Taxonomia. Cretáceo. Ostracodes. Bacia do Recôncavo.
Ostracodes estão presentes em todos os ambientes aquáticos, em larga escala de tempo e espaço, dos
lagos rasos até zonas abissais. Presente geográfica e temporalmente, com estrutura de carapaça
carbonática resistente aos processos de fossilização e a existência de muitas famílias pós-Paleozoicas
atualmente, ostracodes são importantes bioindicadores. O Cretáceo inferior (Berriasiano/Andar Rio da
Serra), marcado por tectonismo mais intenso e clima úmido, favoreceu a instalação de lagos com
incursões fluviais de pequeno porte como o lago Itaparica (Formação Itaparica), substituído por um
sistema fluvio-eólico (Formação Água Grande). Os estudos e publicações científicas de sua
bioestratigrafia são raros, dificultando o aprofundamento na caracterização da formação e evolução. O
estudo dos Ostracodes da Formação Itaparica da Bacia do Recôncavo permitiu a identificação de
quatro gêneros e sete diferentes espécies de ostracodes: Kegelina kegeli, Kegelina bisculpturata,
Kegelina armata, Kegelina depressa; Praecypridea acuta, Cypridea brevicornis, Theriosynoecum
fitttoni, incluídas na biozona RT-002.2 do Andar Rio da Serra. Cinco dessas espécies foram
atualizadas para suas reclassificações mais recentes em relação às suas publicações originais, do
gênero Cypridea para Kegelina e Cypridea para Praecypridea. A espécie de Theriosynoecum
presentes na formação, antes entendidas como duas espécies distintas, Theriosynoecum
varietuberatum Grekoff & Krömmelbein 1967 e Theriosynoecum varietuberatum proximum Moura
1972, antes entendida como duas espécies distintas, são identificadas nesse trabalho como variações
nas ornamentações da carapaça da espécie Theriosynoecum fittoni. De acordo com a análise litológica
dos perfis de sondagem, a formação Itaparica é composta por siltitos, folhelhos, arenitos e carbonatos
intercalados de modo variado ao longo de toda a bacia, apresentando maior contribuição siliciclástica
na região nordeste da bacia interpretado como por aporte fluvial. O presente projeto tem parceria com
a empresa Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras, via ANP (Agência Nacional do Petróleo)
disponibilizando materiais apoio técnico, disponibilidade do espaço físico e participação do coorientador
do projeto, mediador do desenvolvimento do estudo.