δ13C DE CORAIS ESCLERACTÍNEOS UMA FERRAMENTA NA QUANTIFICAÇÃO DE 12CO2 ABSORVIDO PELO OCEANO SUPERFICIAL ATLÂNTICO SUL EQUATORIAL
Paleoclimatologia. Geoquímica Isotópica. CO2 antropogênico. Ambientes recifais
Exoesqueleto de corais são importantes fontes de informações paleoceanográficas e paleoclimáticas para o oceano tropical e subtropical. A composição isotópica do esqueleto de corais (δ18O e δ13C) têm sido frequentemente utilizados como indicador na compreensão de vários fatores ambientais. O isótopo de oxigênio tem sido usado na reconstrução da temperatura pretérita e o isótopo de carbono tem sido usado para estimar mudanças na composição isotópica do carbono inorgânico dissolvido nos oceanos devido mudanças no δ13C-CID relacionadas ao aumento de 12C oriundo de queima de componentes fósseis conhecido como Efeito Suess. Aqui relatamos dados isotópicos do δ13C e δ18O baseados em colônias da espécie Mussismilia braziliensis e Siderastrea stellata, para o oceano Atlântico Sul Equatorial. Ciclos isótopos indicam idades de 15, 23 e 27 para colônias de M. braziliensis e 22, 32 e 41 para colônias de S. stellata. Os valores médios de isótopo de carbono e oxigênio foram respectivamente de 0,13±0,99 e 2,19±0,23‰ (SS01G), -1,69±0,55 e -2,39±0,98‰ (SS02D), 0,22±0,46‰ e -2,24±0,33‰ (SS03D) e -0,71±0,74 e -3±1,21‰ (MB01_2C), 0,58±3,09 e -2,67±0,08‰ (MB02D), -1,44±0,11 e -2,70±1,28‰ (MB03B). A espécie S. stellata exibiu uma tendência negativa na série temporal do δ13C das três colônias, semelhantes ao empobrecimento observado em outras regiões do Atlântico Sul. O δ13C das colônias de M. brazilensis apresentou variação a curto prazo relacionada principalmente pela fisiologia. Registro isotópico de carbono com base em corais da espécie S. stellata mostra-se uma ferramenta com potencial para contar historicamente a mudança isotópica que vem ocorrendo no CO2 do oceano Atlântico Sul Equatorial. O conteúdo isotópico da espécie M. braziliensis necessita ser mais bem explorado.