Banca de DEFESA: RENATO CARLOS VIEIRA SANTIAGO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : RENATO CARLOS VIEIRA SANTIAGO
DATA : 07/10/2022
HORA: 09:00
LOCAL: https://conferenciaweb.rnp.br/webconf/angela-beatriz-de-menezes-leal
TÍTULO:

LITOGEOQUÍMICA, GEOCRONOLOGIA E EVOLUÇÃO TECTONO-METAMÓRFICA DOS ORTOGNAISSES MIGMATÍTICOS DO DOMO DE ITABAIANA, SERGIPE


PALAVRAS-CHAVES:

Domo de Itabaiana; ortognaisses; TTGs arqueanos; geocronologia; Mesoarqueano.


PÁGINAS: 131
RESUMO:

O Domo de Itabaiana é uma unidade geológica que representa o afloramento do embasamento Arqueano na porção Sul da Província da Borborema. É circundado por litotipos do Domínio Vaza Barris, uma das unidades litoestratigráficas do Sistema Orogênico Sergipano (SOS). Esta unidade do SOS tem sido objeto de estudo há mais de 50 anos de pesquisa geológica na área. É referida nos mapas geológicos como complexo gnáissico-migmatítico, formado por ortognaisses migmatizados, com raras intercalações de níveis máficos anfibolitizados. Segundo trabalhos mais antigos, o conjunto foi retrabalhado e soerguido durante o processo de deformação neoproterozoica que estabeleceu o SOS. Estudos petrográficos anteriores caracterizaram estes ortognaisses como rochas submetidas a diferentes estágios de deformação. Apresentam tanto características primárias preservadas, como uma microestrutura em banda típica dos ortognaisses e características migmatíticas (as quais refletem vários estágios de anatexia), quanto microestruturas associadas a processos de cisalhamento dúctil-rúptil. Nestas rochas, estão presentes microestruturas miloníticas e outras mais específicas, tais como augen e flaser. São essencialmente compostas por K-feldspato (microclíneo), plagioclásio, quartzo, biotita e/ou hornblenda, além de granada, titanita, apatita, zircão como termos acessórios. Clorita e epídoto eventualmente surgem como minerais secundários. As composições modais das amostras, quando plotadas no diagrama QAP, aparecem predominantemente nos campos tonalíticos e granodioríticos. De acordo com as análises químicas efetuadas em 20 amostras, os ortognaisses migmatíticos são rochas fortemente sódicas (K2O/Na2O < 0,5) tipicamente pertencentes à série calcioalcalina normal, com algumas amostras tendendo a série calcioalcalina de alto potássio. As análises revelaram a existência de dois grupos distintos entre si, principalmente em relação aos teores de K2O (Tipo I: K2O > 2,5; Tipo II: K2O < 2,5). Segundo análise dos padrões de ETR e diagramas multielementares, os dois grupos possuem anomalias negativas significativas de Th-U, Ta-Nb e Ti, além de baixos teores de Y, apresentando um padrão fortemente fracionado, com o enriquecimento em terras raras leves e empobrecimento em terras raras pesadas. Apenas um grupo apresenta anomalia positiva de Sr e concavidade nos espectros das terras raras pesados, feições também típicas dos TTGs arqueanos. Sugere-se, então, que ambos possuem afinidade com TTGs e que o grupo mais enriquecido em K2O (Tipo II) sofreu algum tipo de participação crustal em sua gênese. Foram feitas inicialmente algumas análises geocronológicas, as quais mostraram que a origem destas rochas estava associada a eventos magmáticos e tectono-metamórficos ocorridos durante o Mesoarqueano. As análises geocronológicas iniciais forneceram duas idades U-Pb em zircão (LA-ICP-MS) de 2729 ± 12 Ma e 2737.4 ± 5.6 Ma, ambas feitas na porção clara (leucossoma) de amostras de ortognaisse migmatítico. E uma idade U-Pb em zircão (SHRIMP) de 2878 ± 11 interpretada como sendo uma idade de cristalização do protólito. As idades mais jovens evidenciam um retrabalhamento/migmatização dessas rochas durante evento tectonotermal no Mesoarqueano. Um detalhamento geocronológico feito posteriormente corroborou com a ideia de que no período entre 2,9-2,8, teria havido um grande evento tectonometamórfico de alto grau que deu origem a estas rochas. Além disto, encontramos a rocha mais velha do SOS. Trata-se de um granulito básico (metagabronorito), que apresentou idade U-Pb em zircão (SHRIMP) por volta de 2933 Ma. Essas idades foram comparadas com idades encontradas em outras unidades geológicas possivelmente correlacionadas, como os Complexos Santa Luz e Uauá, que representam a porção nordeste do Bloco Serrinha e o Complexo Ntem, que representa o embasamento arqueano na porção norte do Cráton de Congo. Essa comparação foi feita também com alguns dados geoquímicos. O comportamento semelhante de algumas amostras e também a semelhança em algumas idades sugerem que o Domo de Itabaiana e o Complexo Ntem constituíram uma só massa continental durante o Mesoarqueano. As condições termobarométricas associadas a origem dessas rochas foram verificadas através de um estudo de química mineral, utilizando-se métodos geotermobarométricos convencionais e pseudosseção P-T. Utilizando o geotermobarômetro integrado foram calculadas temperaturas entre 650,9 - 690,7 °C e pressões entre 6,08 - 7,42 kbar. A pseudosecção P-T mostra um intervalo de 680-750 °C e 4,5-8,0 kbar. As condições de P-T estimadas para os ortognaisses migmatíticos são consistentes com as do solidus com presença de fluído para assembleias tonalíticas. Essa condição pode ser associada a migmatização dessas rochas durante evento tectono-metamórfico entre 2,8 e 2,7 Ga.


MEMBROS DA BANCA:
Interna - 2689540 - NATALI DA SILVA BARBOSA
Interna - 1295799 - ANGELA BEATRIZ DE MENEZES LEAL
Externo ao Programa - 366464 - ELSON PAIVA DE OLIVEIRA - UFBAExterno à Instituição - RENATO DE MORAES - USP
Externo à Instituição - MARCOS ANTONIO LEITE DO NASCIMENTO - UFRN
Notícia cadastrada em: 09/11/2022 12:47
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