Banca de DEFESA: DAIANA DE ANDRADE MATOS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : DAIANA DE ANDRADE MATOS
DATA : 11/06/2025
HORA: 14:00
LOCAL: https://conferenciaweb.rnp.br/ufba/posgeo-ufba
TÍTULO:

A bacia hidrográfica vivida: Sujeitos e experiências na Bacia do Rio Uma, Bahia


PALAVRAS-CHAVES:

bacia hidrográfica; bacia vivida; geograficidade; experiência; lugar; paisagem


PÁGINAS: 234
RESUMO:

Resumo: Esta tese se propõe a investigar a Bacia do Rio Una, na Bahia, a partir das experiências dos sujeitos que nela habitam, para compreender de que maneira essas vivências situadas contribuem para a construção do conceito de bacia vivida. Para alcançar esse objetivo, elabora-se uma metodologia de trabalho de campo que permite revelar a bacia hidrográfica vivida. A partir disso, investiga-se, descreve-se e interpreta-se como a experiência de lugar influencia a construção da referida noção. Trata-se, portanto, de uma pesquisa de caráter qualitativo, fundamentada na fenomenologia como método. O percurso metodológico foi dividido em seis etapas articuladas: construção do referencial teórico, levantamento de dados, trabalho de campo, sistematização das informações, escrita e avaliação dos resultados. Em um dos capítulos, apresenta-se o trabalho de campo como um encontro entre pesquisadora, sujeitos, lugares e paisagens. A metodologia construída propõe uma escuta atenta, ética e sensível, que permita apreender a dimensão vivida da bacia hidrográfica. Em outro, percorremos a Bacia do Rio Una guiados pelas narrativas dos sujeitos. Para a construção destas linhas, houve a participação de 180 pessoas (adultos e crianças), de modo que a geograficidade tornou-se visível nas formas de nomear o relevo, nas observações meteorológicas, na leitura dos caminhos das águas, na organização das lavouras e na memória coletiva sobre os lugares, o que culmina na elaboração de um glossário da bacia vivida. Trata-se de um esforço de tradução que busca evidenciar os modos próprios de explicar o mundo vivido. Ao final, a escuta se volta às crianças. Suas falas, desenhos e gestos revelam formas potentes de compreender o espaço, especialmente os rios, tratados como personagens vivos de suas histórias, e ilustram a força de um saber geográfico que se constrói com o corpo em movimento, com o olhar atento e com a liberdade de imaginar. Em resumo, a bacia hidrográfica vivida não se reduz a um recorte físico ou a um elemento isolado da natureza; ela é um emaranhado de experiências, onde tudo está conectado: rios, ventos, plantas, solos, animais, pessoas, memórias e sentidos. A Bacia Vivida, assim, ao reunir múltiplas vozes e modos de ver o mundo, pode enriquecer as análises ambientais e fortalecer os processos decisórios. O conhecimento científico, nesse sentido, pode oferecer o amparo e a medida para esse saber vivido, ampliando os modos de ler o mundo. Ao reconhecer a bacia como vivida, reafirmamos que o conhecimento geográfico não se limita à técnica ou ao conceito, pois ele se funda na experiência, no corpo que habita, na escuta do lugar e na capacidade de atribuir sentidos às paisagens.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1357997 - MARCO ANTONIO TOMASONI
Interno - 2211108 - ANGELO SZANIECKI PERRET SERPA
Externa à Instituição - LUCIENE CRISTINA RISSO - UNESP
Externo à Instituição - HANILTON RIBEIRO DE SOUZA - UNEB
Externa à Instituição - JULIANA MADDALENA TRIFILIO DIAS - UFJF
Notícia cadastrada em: 04/06/2025 12:01
SIGAA | STI/SUPAC - - | Copyright © 2006-2025 - UFBA