Banca de DEFESA: IÑIGO ARRAZOLA ARANZABAL

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : IÑIGO ARRAZOLA ARANZABAL
DATA : 13/09/2022
HORA: 14:00
LOCAL: Sala virtual do POSGEO RNP https://conferenciaweb.rnp.br/webconf/posgeo-ufba
TÍTULO:

VELHAS QUESTÕES SOB NOVAS ROUPAGENS: CONTINUIDADES E RUPTURAS DOS CONFLITOS SOCIOAMBIENTAIS PROVOCADOS PELAS FORMAS CONTEMPORÂNEAS DE EXPANSÃO DO AGRONEGÓCIO NA CHAPADA DIAMANTINA, BAHIA.


PALAVRAS-CHAVES:


agronegócio, conflitos, neoliberalização da natureza, Chapada Diamantina.


PÁGINAS: 459
RESUMO:

Nesta tese analisamos as formas socioespaciais da expansão do agronegócio na
Chapada Diamantina, e os conflitos decorrentes deste processo, com o propósito de
compreender as continuidades e rupturas trazidas pela reestruturação do setor nas
últimas décadas respeito aos momentos anteriores de conflitividade no campo. Fazendo
uso das ferramentas analíticas da Ecologia Política Latino-americana, situamos os
conflitos atuais pela água na Chapada dentro de uma trajetória histórica que reatualiza a
construção dos povos e da natureza enquanto objetos coloniais de conquista. Por outra
parte, entendemos as dinâmicas de expansão do capital dentro das lógicas da
acumulação por deslocamento, que além de expulsar às populações de seus espaços de
vida, se baseiam numa acumulação de mais-trabalho e mais-natureza que corto circuita
os ciclos reprodutivos da vida. Interrogamo-nos, ao mesmo tempo, pelas especificidades
desta expansão dentro do contexto de neoliberalização da natureza contemporâneo,
destacando dois elementos: a financeirização e o rentismo. Em ambos identificamos
continuidades respeito a períodos anteriores, como o papel do setor público no acesso ao
crédito subsidiado por parte do agronegócio. No entanto, também apreçamos elementos
novos, como a diversidade de estratégias de sujeição da renda da terra seguidas pelos
produtores do agronegócio -analisadas desde uma dupla dimensão geográfica, a territorial
e a das redes-, atravessando setores econômicos e posições variadas dentro das
relações de produção e comercialização agroalimentares. Posteriormente, incorporamos a
análise das dinâmicas de produção de sentido envolvidos nos conflitos e expansão do
setor, fazendo uso do marco da economia política cultural crítica e da dialética entre a
justificação e a crítica que acompanham aos processos socioeconômicos. Mobilizamos
ambos enfoques, fundamentados na não completitude da relação de capital, com o
propósito de complementar nossa análise ao considerar as formas pelas que o
agronegócio procura absorver as críticas que lhe são dirigidas e produzir justificações
sobre suas atividades. Finalmente, abordamos o trânsito do governo à governança, tão
aclamado na literatura, como uma continuidade dos modos de dominação política que, no
entanto, tem introduzido também transformações. Centramo-nos para isto nas maneiras
pelas que o setor continua exercendo poder estatal através dos sistemas de governança
das águas. Assim, procuramos complexificar nosso entendimento sobre a hegemonia do
agronegócio na medida em que sua expansão é assumida enquanto projeto estratégico
de Estado.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1374187 - NOELI PERTILE
Externo ao Programa - 1449472 - FELIPE MILANEZ PEREIRA - UFBAExterno à Instituição - JOAO CLEPS JUNIOR - UFU
Externa à Instituição - MARIA CRISTINA MACEDO ALENCAR - UCSal
Externo à Instituição - RUBÉN CAMILO LOIS GONZÁLEZ
Notícia cadastrada em: 18/11/2022 09:16
SIGAA | STI/SUPAC - - | Copyright © 2006-2024 - UFBA