Síntese, caracterização e reatividade de complexo indazólico de rutênio(II): potencial agente anticâncer
Rutênio(II), Indazol, Agente anticâncer, HepG2, Metalofármaco
Os complexos à base de Ru(II) têm sido largamente apresentados como uma classe de compostos que apresentam propriedade anticâncer, principalmente como fototerápicos, interagindo com DNA, alterando o equilíbrio de oxidação-redução por meio de espécies reativas de oxigênio e inibindo proteínas quinases, o que resulta na morte celular da massa tumoral. Neste trabalho, foi sintetizado um complexo polipiridínico (II) contendo 1H-indazol, cis-[RuII(1H-indazol)2(2,2-bipyridine)2](PF6)2.Os dados de caracterização utilizando técnicas condutométricas, de análise elementar, espectroscopia de ressonância magnética nuclear, de absorção eletrônica na região do ultravioleta-visível e vibracional na região do infravermelho e eletroquímicas de pulso diferencial demonstram que a rota de síntese promoveu a obtenção do composto com formulação proposta. Os estudos de comportamento ácido-base indicaram que o complexo pode atuar como ácido de Brønsted-Lowry frente a bases fortes e que o pH fisiológico (~7,4) não promove desprotonação. O complexo frente a LED azul libera os ligantes indazólicos, os quais são substituídos por moléculas do solvente, indicando que é fotossensível. Os estudos de atividade anticâncer, in vitro, indicaram que o composto tem atividade antitumoral contra células cancerígenas de carcinoma do cólon humano (HCT116), carcinoma hepatocelular humano (HepG2) e melanoma murino (B16-F10), exibindo os melhores resultados contra a linha celular HepG2 [IC50 = 7,2 (± 1,1) µmol L-1]. Frente a células sadias de fibroblasto pulmonar humano (MRC-5) o composto não foi citotóxico, demonstrando alta seletividade. Os demais dados biológicos frente à linhagem celular HepG2 demonstraram que o composto causa nas células fragmentação do DNA, mitoses anormais, condensação da cromatina, cariorrexe, encolhimento e presença de vacúolos citoplasmáticos atípicos, resultando na interrupção da fase S do ciclo celular. O ensaio de análise de morte celular indicou que a morte celular é por apoptose. Em vista desses fatos, o trabalho demonstrou que o complexo obtido pode vir a ter aplicações farmacológicas promissoras no tratamento do carcinoma hepatocelular humano.