Banca de DEFESA: ALINE SANTOS DE ALMEIDA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ALINE SANTOS DE ALMEIDA
DATA : 09/12/2022
HORA: 09:00
LOCAL: Instituto de Química (Remotamente)
TÍTULO:

Distribuição de manganês e outros elementos traço no material particulado fracionado por tamanho, Particulado Total- PTS e Particulado Respirável- PM2,5 na área de influência de uma metalurgia de Fe-Mn.


PALAVRAS-CHAVES:

Material particulado atmosférico; Manganês; elementos traço; metalurgia; risco à exposição; ICP-MS.


PÁGINAS: 122
RESUMO:

O minério de manganês é essencial para a produção de ferroligas à base de manganês e produção de aço na indústria siderúrgica. Apesar de ser um elemento essencial ao homem, atuando na formação dos ossos e tecidos, função reprodutiva e metabolismo de carboidratos e lipídios, a exposição crônica ao Mn afeta principalmente o sistema nervoso central. A metalurgia Fe-Mn é uma fonte potencial de emissão do referido metal e o conhecimento da sua distribuição, bem como de outros elementos traço em faixas de tamanho de partículas atmosféricas é de grande importância na caracterização do risco ao qual uma população pode estar exposta. Neste trabalho foi determinado Mn e outros elementos traço (Co, Cd, Ni, Cu, Se e Pb) no material particulado atmosférico fracionado por tamanho, material particulado total - PTS e particulado respirável – PM2,5 em três pontos situados no município onde se encontra uma metalurgia Fe-Mn (Simões Filho) e em um ponto situado em Salvador/BA, bairro Imbuí, uma área urbana afastada da indústria, além de um ponto em área rural de Tobias Barreto/SE, considerado estação background. As medidas foram feitas entre março e outubro de 2017. Para a coleta do material particulado atmosférico foram utilizados os seguintes equipamentos: Impactador em cascata, tipo Berner de 6 (seis) estágios; Amostrador de Pequeno Volume (APV) para partículas de até 2,5 micrômetros (PM2,5); Amostrador Portátil de Médio Volume para Partículas Totais – PTS. Os elementos traço Mn, Ni, Cu, Se e Pb foram determinados no material particulado fracionado por tamanho através da Espectrometria de Massa com Plasma Indutivamente Acoplado (ICP-MS), sendo determinados também no PTS e PM2,5 Co e Cd, além daqueles elementos.  O Mn, como era esperado, apresentou concentrações médias mais altas no material particulado amostrado das três formas diferentes, nas estações mais próximas da metalurgia: Simões filho – Área Urbana (F-AU), Cotegipe (COT) e Mapele (MAP). A fração fina do material particulado apresentou para todas as localidades percentual de Mn alto variando de 71-85%, correspondendo a 12 ng m-3 nas estações IMBUÍ e Tobias Barreto (TB), estação background, a 561 ng m-3 na estação mais próxima (1,4 km), à jusante da metalurgia (COT), ultrapassando a recomendação da OMS (150 ng m-3). Nas estações IMBUÍ, em Salvador e TB (estação background), o Mn apresentou concentração média mais baixa que o limite de quantificação do método em todas as frações de tamanho do material particulado atmosférico. A fração fina do material particulado amostrada no impactador (0,06-1,7 µm) apresentou percentual médio de elementos quantificados (Mn, Ni, Cu e Pb) em todas as localidades variando entre 65% referente ao Ni na estação IMBUÍ e 92% referente ao Pb em COT. À exceção do Ni, a atmosfera da estação background (TB), apresentou os percentuais mais baixos para os outros elementos no material particulado fracionado por tamanho. O Mn apresentou no PTS as concentrações médias mais altas em SF-AU (112 ng m-3), MAP (803 ng m-3) e COT (1697 ng m-3), estando nas duas últimas estações de 5 a 11 vêzes acima do limite recomendado pela OMS. Também no PM2,5 ultrapassou esse limite em SF-AU e COT (155 e 537 ng m-3), o que pode agravar mais ainda a saúde da população, em função da maior facilidade de penetração das partículas menores no trato respiratório. O Cd só foi quantificado no PTS e no PM2,5 em COT (5,7 e 6,3 ng m-3, respectivamente), ambos acima do padrão anual de 5 ng m-3 estabelecido pela União Européia, enquanto o Co só foi quantificado no PTS, em MAP e COT com concentrações médias de 0,70 e 1,2 ng m-3. As maiores concentrações de Pb no PTS foram encontradas nas estações mais próximas da metalurgia, o que assegura ser esta sua principal fonte. Tanto no PTS como no PM2,5 o Cu apresentou concentrações médias mais altas nas áreas com influência urbana (Simões Filho e IMBUÍ) devendo estar também relacionado a emissões veiculares. O perfil de contribuição de risco (LCR), para os diferentes locais, mostraram que Cd é responsável por 100% do risco total carcinogênico em relação à exposição à PTS, na área de influência da metalurgia. Em relação à PM2,5, Cd e Ni são responsáveis por 58% e 42%, respectivamente. Pb, considerando PTS e Cd, considerando PM2,5, mostraram probabilidade de risco não carcinogênico mais alto para todas as faixas etárias (bebês, crianças e adultos), principalmente na área urbana de Simões Filho e em Cotegipe, local de amostragem mais próximo e à jusante da metalurgia. Para o Mn não foi encontrado risco não carcinogênico em nenhuma das localidades, apesar das concentrações médias acima da recomendação da OMS no PTS e PM2,5. Os resultados mostraram ainda que adultos são mais susceptíveis ao provável risco de câncer do que crianças e bebês, certamente relacionado com o tempo de exposição considerado para cada faixa etária. O maior risco médio de câncer calculado para a população foi 6,69 x 10-6, encontrado em Cotegipe associado ao Cd.

 


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1698441 - RENNAN GEOVANNY OLIVEIRA ARAUJO
Interna - 285528 - VANIA PALMEIRA CAMPOS
Externa à Instituição - FRANCIELE OLIVEIRA SANTANA
Externa à Instituição - MARIA CRISTINA SOLCI - UEL
Externo à Instituição - TARCISIO.ALMEIDA@UNB.BR - UnB
Externo à Instituição - SILVÂNIO SILVÉRIO LOPES DA COSTA - UFS
Externa à Instituição - MARTA VALERIA ALMEIDA S. DE ANDRADE
Externa à Instituição - ELIZABETH DA ROCHA COUTO
Notícia cadastrada em: 05/12/2022 11:38
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