RADIÓLISE DA PROLINA INDUZIDA POR ELÉTRONS ANALISADA POR ESPECTROSCOPIA NO INFRAVERMELHO
Prolina – Radiólise – Elétrons – Espectroscopia infravermelha ––
Annealing – Aminoácidos
Estudos têm identificado a fotólise e radiólise de mantos gelados de grãos de poeira
interestelar como uma possível fonte de aminoácidos, sugerindo, junto à descoberta de
compostos orgânicos complexos em meteoritos e cometas, que moléculas prebióticas possam
ter sido trazidas à Terra primitiva pelo impacto desses corpos celestes. Aminoácidos têm sido
estudados, juntamente com seus precursores, com o propósito de compreender os processos
físico-químicos decorridos da sua exposição aos agentes ionizantes (elétrons, fótons, raios
cósmicos, etc) nos ambientes astrofísicos. Este trabalho tem como objetivo estudar a interação
do aminoácido L-prolina (C5H9NO2) com elétrons de energia da ordem de 2 keV. Mais
especificamente, analisar, por espectroscopia no infravermelho, a radiólise ocorrida e obter
valores de seção de choque. Para isso, filmes de prolina depositados por sublimação sobre
janelas de ZnSe foram irradiados por um feixe de elétrons em uma câmara experimental a alto
vácuo e à temperatura ambiente. Um dos filmes foi previamente aquecido a 120°C para analisar
a influência do annealing no comportamento da amostra durante a degradação. Os resultados
obtidos mostraram que a radiólise da prolina induzida por elétrons pôde ser caracterizada
utilizando o modelo de análogos de gelos astrofísicos irradiados por um feixe de íons rápidos.
Foram observados e comparados valores de seção de choque de rearranjo e destruição para os
dois filmes analisados, concluindo-se que o annealing realizado não provocou alterações
significativas no processo de rearranjo da amostra, mas modificou a forma como ocorreu a
destruição causada pelos elétrons.