Banca de DEFESA: JUCIDALVA NASCIMENTO GOMES

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : JUCIDALVA NASCIMENTO GOMES
DATA : 26/02/2021
HORA: 14:00
LOCAL: Remotamente
TÍTULO:

Tecendo Narrativas: trajetórias de vida de mulheres negras com doença falciforme sob um olhar interseccional


PALAVRAS-CHAVES:

Interseccionalidade; Mulheres Negras; Doença Falciforme


PÁGINAS: 210
RESUMO:

Estudos têm comprovado que raça, gênero e classe social se articulam produzindo experiências distintas para homens e mulheres. A doença falciforme (DF) é uma condição crônica que marca a vida de mulheres negras com a doença e aponta a interseccionalidade de raça, gênero e classe social. Parte-se do pressuposto que ser negra e, principalmente com uma doença crônica, contribui para a dificuldade dessas mulheres no contexto brasileiro ao se firmarem como sujeitas ativas e acessar serviços de saúde em busca por cuidados. Buscou-se compreender as trajetórias de vida de mulheres negras com doença falciforme e os significados que elas atribuem aos impactos da doença em diversos âmbitos de suas vidas, além dos processos em busca de cuidados. Para entender estas experiencias precisa-se aplicar uma análise interseccional ao se debruçar sobre suas trajetórias de vida. A presente pesquisa analisou a trajetória de vida de mulheres negras com doença falciforme e conheceu as experiências que essas mulheres vivenciam em seu cotidiano e suas percepções acerca de se viver com a DF. Delineou-se um estudo descritivo/exploratório, com abordagem qualitativa, desenvolvido a partir das histórias de vida de mulheres negras com DF residentes em Salvador e região metropolitana. Colaboraram com a pesquisa dez mulheres negras com a doença, das quais oito têm doença falciforme tipo HbSS, conhecida como anemia falciforme e duas com doença falciforme tipo HbSC, com idade variando entre 25 e 54 anos de idade. Todas proveniente de famílias da classe popular. As entrevistas foram realizadas entre os meses de dezembro de 2019 e julho de 2020. A perspectiva feminista e antirracista foi à base para o desenvolvimento desta pesquisa. O racismo se expressa em diversas formas na vida da população negra. A doença falciforme marca profundamente a vida das pessoas acometidas pela doença, pois impedem que o convívio e os processos de socialização sejam plenamente vividos, esses elementos foram considerados quando as mulheres negras com DF se referiram às marcas da doença que as impossibilitaram nas interações sociais. Essas mulheres buscam a transformação do papel social que lhes foi dado, a de mulher negra com DF cheio de estigmas, estereótipos e cerceamento. Identificamos, também, nesse estudo que as mulheres negras com DF informam uma dinâmica no serviço de saúde que desconsideram suas condições sociais e culturais e desqualificam as suas experiências vividas. Conclui-se que é necessário reconhecer as mulheres negras com a doença falciforme como sujeitas ativas, pois esse reconhecimento abre espaço para o cuidado compartilhado e melhor qualidade de vida destas. As interlocutoras se mostraram capazes de gerir seu próprio corpo estabelecendo os limites e as possibilidades promovendo o autocuidado. Mesmo com todas as dificuldades que a sintomatologia da doença, essas mulheres desenvolveram estratégias que permitiram prosseguir com seus planos, dando conta do que havia sido elaborado nas suas construções subjetivas.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2570813 - CLARICE SANTOS MOTA
Externo(a) à Instituição - ROSA CANDIDA CORDEIRO - UFRB
Externo(a) ao Programa - 286681 - SILVIA LUCIA FERREIRA
Notícia cadastrada em: 22/02/2021 14:18
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