Banca de DEFESA: STEFFANE CAVALCANTI RODRIGUES

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : STEFFANE CAVALCANTI RODRIGUES
DATA : 04/12/2019
HORA: 09:00
LOCAL: Sala 01
TÍTULO:

Eu sei que o que eu vivo muitas outras mulheres vivem: Uma perspectiva político-feminista sobre o cuidado na vida de mulheres Agentes Comunitárias de Saúde


PALAVRAS-CHAVES:

Cuidado. Feminismo. Agentes Comunitárias de Saúde.


PÁGINAS: 156
RESUMO:

Existe uma alocação desigual em torno das tarefas do cuidado que não é aleatória e obedece a uma estrutura opressiva de sociedade, funcionando por meio de hierarquias de sexo, raça/cor e classe social. Entre as pessoas que cuidam há mais mulheres, as mulheres negras e pobres; entre os que recebem cuidados mais intensivos (em qualidade e quantidade) estão os homens, brancos e mais ricos da população. Observamos que a base da pirâmide social brasileira (mulheres negras e pobres) corresponde a uma população de profissionais do cuidado da atenção básica do SUS, as Agentes Comunitárias de Saúde, que são uma categoria profissional formada majoritariamente por mulheres, as mais negras e mais pobres dentre as(os) demais profissionais. Estas mulheres são responsabilizadas diferencialmente pelos trabalhos de cuidado, o que acarreta diversas condições de vulnerabilidades ao longo de suas vidas. O objetivo principal desta dissertação é compreender as realidades do cuidado presentes na vida de mulheres Agentes Comunitárias de Saúde que vivem na zona rural da Chapada Diamantina, na Bahia. Recorremos teórica e metodologicamente à ética do cuidado, à teoria política e ao conceito de interseccionalidade pensados pela ótica de autoras feministas. Foram realizados seis meses de trabalho de campo na Unidade de Saúde da Família de Caeté-Açú, Bahia, com coleta de dados apoiada pela observação participante e por entrevistas narrativas. Os resultados apontam para desigualdades de gênero e vulnerabilidades associadas às tarefas de cuidado na vida dessas mulheres, que foram elencadas em macro e micro categorias. Dentre elas, socialização das mulheres, responsabilidade diferenciada, autocuidado, reciprocidade, divisão sexual e racial do trabalho doméstico, âmbitos público e privado, família, maternidade e violência. Concluímos que o fortalecimento da socialização do cuidado e de políticas públicas que visem contribuir com o fim das desigualdades sociais, de gênero e raça/cor, presentes nos trabalhos de cuidado, significam o fortalecimento de modelos de sociedade mais justos e democráticos. O cuidado precisa ser entendido como uma responsabilidade política prioritária e o equilíbrio de suas práticas precisa ser feito entre as atrizes e atores sociais, como preconizado por uma perspectiva político-feminista do cuidado.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2570813 - CLARICE SANTOS MOTA
Externo à Instituição - ILZE ZIRBEL - UFSC
Externo ao Programa - 2313663 - MONICA LIMA DE JESUS
Externo ao Programa - 1156259 - YEIMI ALEXANDRA ALZATE LOPEZ
Notícia cadastrada em: 28/11/2019 12:06
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